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Primeira-ministra mais jovem do mundo denuncia machismo que sofre no cargo

Sanna Marin, primeira-ministra da Finlândia Imagem: Reprodução/Instagram

De Universa, em São Paulo

31/03/2020 10h03

Sanna Marin, primeira-ministra da Finlândia, denuncia o machismo que sofre ocupando o cargo com apenas 34 anos — o que a faz ser a mais jovem do mundo a chefiar um país.

Em entrevista à Vogue britânica, Sanna disse que o preconceito a acompanha o tempo inteiro. "Em todas as posições que eu estive, meu gênero sempre foi o ponto de partida — já que sou uma mulher jovem", contou.

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"Eu espero que um dia isso não seja um problema, que essa pergunta não seja feita. Eu quero fazer o melhor trabalho possível. Não sou melhor e nem pior do que um homem de meia-idade", pediu Sanna.

Assim que chegou ao cargo de primeira-ministra, o ministro do Interior da Estônia ironizou Sanna pelo fato de ela ter sido vendedora no início da carreira. "Eu não entendi, boa parte das pessoas trabalha em lojas ou em outro empregos de baixa remuneração enquanto estão crescendo", relatou.

"Se eu não conseguir, se eu falhar — porque eu sou uma política e, como sabemos, as coisas nem sempre acontecem como a gente quer — eu não quero ser interpretada como 'É claro que ela falhou porque ela é uma mulher jovem'", explicou.

Por cima disso, Sanna ainda tem que lidar com a síndrome do impostor, em que a pessoa se sabota e surge como seu maior inimigo.

"É claro que eu também tenho sentido que não sou tão boa quanto todo mundo acredita. Mas quando você passa mais tempo na política, trabalhando, você percebe que as pessoas são apenas seres humanos e cada trabalho é do tamanho de uma pessoa", contou.

Assumir o cargo não estava nos planos, conforme ela disse à Vogue britânica. Sanna Marin chegou ao poder em dezembro de 2019 após o seu sucessor, Antti Rinne, ser forçado a se afastar enquanto lidava com greves no país. E foi assim que ela foi alçada pelo seu partido, o social-democrata, de ministra dos Transportes e Comunicações para primeira-ministra.

Sanna é a chefe de uma coalizão de cinco partidos de esquerda liderados por mulheres e sua liderança, em meio à crise do coronavírus, tem sido vista como tranquila, calma e organizada.

"Eu só quero ser verdadeira e ser eu mesma. É muito mais fácil", disse. Talvez ela seja a única primeira-ministra a postar fotos amamentando e receitas de molho nos stories do seu perfil do Instagram.

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