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Como atriz de Malhação: dá para ser feliz no amor depois de um ex violento

Ana Hikari Imagem: Alê Queiroz/Divulgação

De Universa

28/03/2020 12h23

A atriz Ana Hikari, de 'Malhação: Viva a Diferença', tem apenas 25 anos, mas já passou por experiências marcantes na vida amorosa. Em entrevista ao portal Hugo Gloss ela revelou que já viveu dois relacionamentos abusivos. No último deles, passou por agressões verbais por meses, até culminar em uma agressão física — e no término do compromisso.

O episódio aconteceu em 2016 e Ana, que cursava artes cênicas na faculdade, tomou a decisão de denunciar o agressor, incentivada pelo contato com o movimento feminista no no ambiente universitário.

No ano passado, recebeu a notícia de que havia ganhado na Justiça o processo contra o ex-namorado, além de uma medida protetiva, assegurando que ele não poderia mais se aproximar dela.

Na entrevista ao portal, a atriz relata que se sentiu humilhada e culpada — e que até hoje sofre com as consequências da agressão. Ela conta que faz terapia e que a recuperação não é fácil, uma vez que muitas situações funcionam como um gatilho, fazendo com que ela reviva os traumas do passado. Apesar disso, Ana soube se fortalecer depois das experiências negativas. Ela voltou a se relacionar e está em um relacionamento sério há três anos e meio.

"As situações que passei foram responsáveis, inclusive, pela manutenção do relacionamento que tenho hoje. Eu consegui definir limites com o meu atual namorado. Eu consigo dizer que 'daqui a gente não vai passar se isso continuar dessa maneira'. Foi importante para a minha maturidade", resume.

É possível ter um relacionamento saudável com outra pessoa depois de uma agressão

Histórias como a da atriz são comuns. No Brasil, uma mulher é agredida a cada quatro minutos, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Os traumas, como no caso de Ana, são difíceis de lidar. Mas a parte mais complexa é colocar um ponto final na relação e fazer a denúncia.

A advogada e psicanalista Vanessa Paiva explica que mesmo cientes de que estão correndo perigo, muitas mulheres não conseguem passar por estas duas etapas. "Elas sentem que não podem ir embora porque estariam acabando com os planos de vida que construíram para si mesmas e para o casal. Como projetam seus desejos no companheiro, acreditam que só podem ser felizes ao lado deles, se forem capazes de fazer com eles mudem". Além disso, sofrem com a vergonha e o medo de formalizar a denúncia.

Por isso, a base para sair de uma relação abusiva está na mudança de mentalidade. A mulher precisa se sentir forte, merecedora de afeto, mas também de respeito, e fortalecer a própria autoestima. A psicanalista Andrea Ladislau complementa: "Falar com outras pessoas sobre o que está acontecendo pode ajudar muito". Assim, como aconteceu com Ana, que se sentiu amparada pelas colegas de faculdade, a vítima encontra forças para denunciar o agressor e consegue enxergar novas perspectivas sobre o que aconteceu.

Uma vez que as duas fases foram concluídas, é possível engatar uma relação saudável com uma nova pessoa. "Para isso, é necessário que a mulher entre no envolvimento com uma nova postura, de igual para igual. Elas precisam estar cientes de que têm voz e de que suas opiniões, sentimentos e vontades importam", opina Vanessa.

Ser honesta sobre as experiências do passado e clara sobre o que espera de um compromisso, como fez a atriz, também é um ponto essencial para que o processo corra bem.

* Com informações da matéria: "Ele dizia que queria me proteger": como o cuidado evolui para agressão, publicada em dezembro de 2019.

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