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Além dos descontos e frete grátis: as reações das marcas ao coronavírus

Look de desfile da Renner - Marcelo Soubhia/Fotosite
Look de desfile da Renner Imagem: Marcelo Soubhia/Fotosite

De Universa

28/03/2020 04h00Atualizada em 31/03/2020 18h22

Fechar lojas físicas nas ruas e nos shoppings foi uma das medidas encontradas pelos governadores para tentar conter o avanço da contaminação da população pelo novo coronavírus. Assim, a venda online se tornou a única opção para muitas marcas de moda conseguirem manter suas atividades durante o período de quarentena.

Mas além tentar atrair o consumidor com recursos como frete grátis, descontos e prazo extra para trocas, algumas empresas estão investindo em novas maneiras de atender o público para tentar driblar as dificuldades, manter os empregos que geram e diminuir de alguma forma o prejuízo causado pela pandemia.

No dia 14 de março, bem antes do decreto de estado de calamidade pública em São Paulo, a grife À La Garçonne, comandada por Alexandre Herchcovitch e Fábio Souza, se adiantou ao novo momento enfrentado pela moda e encontrou uma maneira criativa de apresentar sua coleção. O formato de passarela foi mantido, porém, os modelos desfilaram em uma galeria vazia, sem convidados, e os looks foram exibidos através de vídeos e fotos nas redes sociais.

E-commerce e Whatsapp

Na PatBO, da estilista Patricia Bonaldi, o formato de venda online foi expandido com consultoria via Whatsapp. Além disso, a mineira também frisa no Instagram da marca a necessidade de que as pessoas permaneçam em casa oferecendo entregas gratuitas reforçadas na hashtag #PatBOatHome.

Códigos personalizados com 10% de desconto foram disponibilizados no e-commerce da marca de beachwear carioca Lenny Niemeyer para garantir o comissionamento das vendedoras.

A Farm também anuncia descontos de até 40% em sua nova coleção, além de frete grátis, e a intenção de dividir o comissionamento entre os vendedores do país.

Negócios pequenos e artesanais propõem suas alternativas de uma maneira bem clara e transparente, como fez Flavia Aranha, que trabalha com moda sustentável. A estilista compartilhou suas preocupações no Instagram frisando que a marca é forte nos propósitos e nos valores, mas frágil no tamanho e no fôlego financeiro.

Ciente de que nem todo mundo está no clima de compras nesse momento, foi criado um vale-compras que pode ser resgatado durante todo o ano de 2020 e pode ser utilizado nas lojas físicas, online ou em cursos na sua escola-ateliê.

Nas redes, o foco no bem-estar aparece nas lives com temas pertinentes para o momento. A Arezzo, por exemplo, já apresentou um talk entre Isabella Fiorentino e Fernanda Motta para falar sobre como manter o equilíbrio nos tempos atuais, além de treinos esportivos e até narração de histórias paras crianças.

Outras marcas tentam manter a conversa com seus clientes, como a Gallerist, que usou seu já conhecido formato de blog&shop e fez parceria com diversas influencers para reorganizar peças antigas com peças novas do e-commerce para repaginar o look e pensar nas roupas de maneira duradoura e não descartável.

A Netshoes, que já é 100% digital, criou campanhas para auxiliar e incentivar aqueles que querem treinar em casa no período de reclusão. Além de oferecer uma lista de produtos adequados para esse fim, também foram publicados vídeos com treinos a distância, feitos por um personal trainer, permitindo que os clientes se exercitem.

Ações sociais

Mas além das vendas online, muitas empresas estão encontrando várias maneiras de participar de ações sociais. A Arezzo deu seu apoio à comunidade de médicas, enfermeiras e auxiliares de enfermagem oferecendo pares de tênis. A campanha foi um sucesso e em menos de uma hora o estoque esgotou, com 3000 mulheres beneficiadas que receberão os calçados. A marca também prometeu doar 25.000 máscaras para ajudar no combate à doença.

A Renner foi a primeira grande empresa de varejo a fechar 100% das suas lojas em território nacional por tempo indeterminado. Através de seu braço social, o Instituto Lojas Renner, foi divulgado que a marca irá apoiar instituições hospitalares para atender às suas necessidades mais urgentes no combate ao coronavírus no Brasil com R$ 4,1 milhões, visando custear a aquisição de suprimentos básicos e fundamentais no tratamento da doença e conter sua disseminação. As iniciativas serão reavaliadas constantemente e poderão ser ampliadas nas próximas semanas.

Já a Riachuelo anunciou na sexta-feira que vai doar 40 mil peças hospitalares, como máscaras e jalecos. A fabricação será feita em colaboração com oficinas que já prestam serviços à varejista.

O Grupo Morena Rosa, holding de moda que possui as marcas Morena Rosa, Iódice, Lebôh, Zinco e Maria Valentina, está produzindo 7.000 máscaras, seguindo orientação do Ministério da Saúde. Parte delas será doada para a cidade de Cianorte (PR), sede da marca, e o restante vai ser retirado pelo governo estadual.

A Mixed destinará toda a renda na venda de camisetas com a estampa Nossa Senhora Desatadora de Nós para o Fundo Emergencial para a Saúde contra o Coronavírus. O custo da peça é de R$ 237.