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Parada LGBTQ+ é adiada em SP por causa do coronavírus; veja novas datas

Luciolla Vilela/UOL
Imagem: Luciolla Vilela/UOL

Carlos Minuano

Colaboração para Universa

19/03/2020 16h01Atualizada em 20/03/2020 08h26

Considerada a maior do mundo, a Parada do Orgulho LGBTQ+ de São Paulo, que tinha sua 24º edição prevista para 14 de junho, foi adiada para 22 novembro. Também tem novas datas toda a programação que antecede o evento, um dos mais lucrativos da capital paulista. O motivo para o cancelamento é o avanço da pandemia do coronavírus no país.

"Usamos como referência o desenrolar da epidemia na China: começou em dezembro e após três meses ainda continua, embora tenha diminuído. Acho que aqui não deverá ser diferente", informou a Universa, Nelson Matias, um dos sócios-fundadores da Associação da Parada LGBTQ+ de São Paulo. Segundo ele, a decisão foi tomada em uma reunião de emergência realizada na noite de ontem (18).

Ele calcula que a própria Prefeitura de São Paulo pediria o adiamento do evento devido à aglomeração de centenas de milhares de pessoas e à quantidade de estrangeiros que evento atrai anulamente.

Na edição anterior, em 2019, a parada reuniu na avenida Paulista 3 milhões de pessoas e movimentou R$ 403 milhões, um aumento de 78% se comparado ao ano de 2017, de acordo com informações da prefeitura. "Todos os grandes eventos de rua estão sendo alterados, como a Virada Cultural e a Marcha para Jesus", complementa Matias.

A data em novembro, segundo ele, foi para garantir que a pandemia terá passado e também por causa do feriado (em São Paulo) da Consciência Negra, no dia 20 novembro —estratégico para realocar os eventos em torno da Parada.

"Esperamos que até o fim do ano essa doença tenha sido controlada." O tema, que neste ano pela primeira vez não será a causa LGBT de forma direta, mas a defesa da democracia, está mantido, segundo os organizadores.

Para Vagner Cano, coordenador do grupo Tortura Nunca Mais (SP), que participa da organização da parada deste ano, a mudança da data para novembro, mês da Consciência Negra, reforça a bandeira temática da edição. "O Estado está punindo há gerações os negros da periferia por serem suspeitos de toda a sorte de crimes que se atribuem à sua cor e à sua condição financeira."

Segundo ele, pela primeira vez diversas entidades de direitos humanos que não necessariamente trabalham com a pauta dos direitos LGBT participarão do evento, que tem ganhado contornos mais políticos. "A associação da Parada está dando as mãos a todas essas entidades por perceber a gravidade do momento, especialmente crítico, para a democracia.

Com a alteração, a programação do Mês do Orgulho LGBTQ+ de São Paulo deve acontecer em novembro nas seguintes datas:

19/11- Prêmio Cidadania em Respeito a Diversidade
20/11 - Feira Cultural da Diversidade
20/11- Corrida Diversity Run Celebration
20/11- Encontro de Organizadores de Parada
21/11- Jogos da Diversidade
22/11 - 24ª Parada LGBT+ de São Paulo