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No BBB, Marcela é criticada: como evitar "fazer papel de mãe" nas relações?

Daniel e Marcela (Foto: Divulgação/Globo) - Reprodução / Internet
Daniel e Marcela (Foto: Divulgação/Globo) Imagem: Reprodução / Internet

Ana Bardella

De Universa

13/03/2020 04h00

A participante Marcela Mc Gowan, do BBB 20, tem sido criticada na internet pelo relacionamento com Daniel Lenhardt. Ela, que é ginecologista natural, se destacou pelos posicionamentos feministas no início do programa, mas, depois de se envolver com o gaúcho, perdeu o protagonismo do reality. Agora, entre as principais críticas do público, está a de que ela vem fazendo o "papel de mãe" do rapaz, que ignora constantemente as regras do jogo e causa prejuízos coletivos.

De acordo com a psicanalista Andrea Ladislau, o ato de proteger os parceiros sob o argumento de que eles são "jovens" ou "imaturos" é comum entre as mulheres. "Muitas não querem criar um embate e acham mais fácil passar a mão na cabeça dos parceiros do que aceitar que eles precisam crescer", explica. A seguir, a profissional cita as principais características desse tipo de relação e como fazer para sair de uma situação assim:

Sinais de alerta

É preciso tomar cuidado com a proteção excessiva. "Muitas vezes o homem nem precisa se justificar depois de cometer um erro. A mulher, ao perceber que ele fez algo equivocado, já toma a iniciativa de minimizar o que aconteceu", exemplifica. Outra característica comum é de que a mulher passe a tomar as responsabilidades do parceiro para si. "Ao perceber que o outro está com dificuldade, ela toma a dianteira da situação, dizendo que é capaz de resolver a situação", aponta.

Andrea explica ainda que as mulheres que se tornam "mães" dos seus parceiros são extremamente amorosas e até emotivas, uma vez que buscam cuidar não somente deles, mas também de outras pessoas a sua volta. "No fundo, isso é motivado por uma carência excessiva", explica.

Dinâmica tóxica

Quando uma mulher assume a postura de mãe e o homem de filho dentro de uma relação amorosa, as consequências são negativas. "A mulher passa a se sentir sobrecarregada com as demandas emocionais e as responsabilidades excessivas. Logo passa a sofrer de impaciência, o que serve como um estopim para as brigas entre o casal", detalha. A vida sexual também costuma ser afetada: sem uma troca equilibrada entre as duas partes, a tendência é que o envolvimento sexa menos intenso, mais superficial.

Para quebrar o ciclo

Mesmo as mulheres com uma ideologia feminista, como é o caso de Marcela, não estão blindadas contra relações pouco saudáveis. "Na dinâmica do dia a dia, o histórico de vida e a estrutura emocional começam a pesar e a mulher tende a demonstrar mais suas fragilidades", afirma Andrea. O importante, de acordo com a profissional, é estar aberta para reconhecer que o compromisso não anda bem e modificar a sua estrutura. "Não adianta uma terceira pessoa falar, por exemplo, se a mulher não consegue entender as críticas. Só percebendo as debilidades, praticando autoconhecimento e buscando entender os motivos pelos quais o cuidado é tão importante para ela é que é possível reverter suas bases", garante.

Em compensação, o homem que aceita esse tipo de relação costuma ter alguma questão relacionada a autoestima. "Ele não se sente capaz de conquistar o que deseja ou se esconde por trás do comportamento infantil, pois considera que este é um lugar seguro para errar e ser menos cobrado com isso", diz. Para Andrea, é preciso um esforço de ambas as partes para romper o ciclo. "Caso isso não aconteça, o relacionamento pode até acabar, porém os dois tendem a continuar buscando por parceiros com características semelhantes, a fim de continuar reproduzindo essa dinâmica".