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Por que ir às ruas no Dia da Mulher? Veja pautas que afetam as brasileiras

Ato na Avenida Paulista (SP) pelo Dia Internacional da Mulher, em 2019 - Ana Carla Bermúdez/UOL
Ato na Avenida Paulista (SP) pelo Dia Internacional da Mulher, em 2019 Imagem: Ana Carla Bermúdez/UOL

Nathália Geraldo

De Universa

07/03/2020 04h00

Na luta contra Bolsonaro, machismo, feminicídio, violência obstétrica, racismo e LGBTQfobia. Eventos programados para marcar o Dia Internacional da Mulher, neste domingo (8), têm essas e outras pautas que levarão manifestantes às ruas — parte delas associada ao cenário político do país.

Para muitas mulheres, feministas ou não, o dia 8 de março, mais do que uma data para comemorar conquistas, é uma oportunidade de pedir por direitos iguais. No rol das questões exigidas pelas mulheres, assim, como Universa aborda em várias matérias, entram liberdade do corpo, combate ao patriarcado, à violência contra mulher e à cultura do estupro, equidade salarial, representatividade na mídia, criação de políticas públicas.

Baixo, elencamos alguns motivos que podem te levar a ir às ruas:

O mundo ainda é preconceituoso com as mulheres

Estudo da ONU divulgado na quinta-feira (5) mostrou que nove a cada dez pessoas têm preconceito de gênero no mundo — ou seja, acham que ir à faculdade é mais importante para homens ou que eles são melhores líderes e políticos do que mulheres. Combater esse tipo de sexismo é uma das pautas de movimentos de mulheres em vários países.

Mães continuam cuidando de seus filhos sem ajuda

Combinar o cuidado dos filhos com o trabalho fora de casa e a organização do lar, a chamada "tripla jornada", ainda faz parte da rotina das mulheres — não há equilíbrio de divisão de tarefas entre elas e os homens da família. Segundo dado da Rede Nossa São Paulo, uma a cada cinco mais na Capital paulista precisam dar atenção aos filhos sem a ajuda de ninguém.

Cultura do estupro precisa acabar

O estupro é um assunto preocupante para os brasileiros: se no Pará a lenda do boto foi associada culturalmente a casos desse tipo de crime sexual — algo que precisa ser desmistificado — no país inteiro, infelizmente, mulheres andam pelas ruas com medo de assédio, estupro ou ações violentas de homens. O estupro de vulnerável — São Paulo registra média de uma ocorrência por hora — também precisa ser combatido.

Mulheres estão insatisfeitas com Governo Bolsonaro

Em uma declaração sobre o caso levado à CPI da Fake News da apuração da jornalista Patricia Campos Mello, Jair Bolsonaro disse que a profissional "queria dar um furo", com conotação sexual — algo que atacou não só a jornalista, como todas as mulheres, afirmou a colunista de Universa Nina Lemos. Os nomes de eventos organizados pelo Facebook para dia 8 de março também associam o movimento de mulheres a ações de repúdio ao Governo Bolsonaro.

Feminicídio: por que ainda morremos?

O feminicídio se tornou um crime imprescritível e inafiançável. Infelizmente, continua fazendo vítimas em todo país — em Universa, já contamos história de uma mulher que fez um "diário" sobre o que sofria dentro de casa, pelas mãos do companheiro, que a matou. É preciso conscientizar homens, garantir segurança a essas mulheres, prevenir a violência doméstica. Para isso, mulheres precisam estar unidas.

Fim do racismo e dos preconceitos com minorias

A mulher negra sofre com preconceitos inerentes à intersecção de suas identidades — ou seja, ligada à raça e ao gênero. Não à toa, pesquisa do Google e do Datafolha informou que o feminismo é um dos assuntos mais importantes para a população negra. Além disso, há preconceito contra mulheres que são lésbicas e bissexuais, além do preconceito contra mulheres trans.