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Google homenageia Nise da Silveira, mulher que revolucionou a psiquiatria

A psiquiatra alagona Nise da Silveira Imagem: Alexandre Campbell/Folhapress

De Universa

15/02/2020 10h18

A página inicial do Google faz, neste sábado (15), uma homenagem à psiquiatra Nise da Silveira, mulher que revolucionou os métodos de tratamento mental no Brasil. O Doodle (alteração temporária especial do logotipo nas páginas iniciais do Google) foi dedicado à médica alagoana, que completaria 115 anos na data de hoje. A ilustração foi criada pelo artista Kevin Laughlin.

Imagem: Reprodução/Google

Nise foi pioneira na luta antimanicomial e desafiou as práticas psiquiátricas estabelecidas na época, como eletrochoque, lobotomia e camisa de força, sendo entusiasta de uma abordagem mais humana de atendimento ao paciente.

Estimulava-os, por exemplo, a expressarem seus sentimentos por meio da pintura. A arte, durante toda sua carreira, foi uma aliada no tratamento mental.

Uma das primeiras mulheres a se formar em medicina

Nise foi uma das primeiras mulheres a se formar em medicina no Brasil. Em 1931, ao concluir o curso pela Faculdade de Medicina da Bahia, era a única entre 158 homens. Antes de ir para a universidade, estudou em um colégio de freiras em sua cidade natal, Maceió.

Ao longo da carreira, se dedicou a pesquisar e aplicar técnicas e estratégias da terapia ocupacional no tratamento de pacientes com doenças mentais. Foi premiada internacionalmente por sua abordagem inovadora.

A psiquiatra chegou a ser presa no período do Estado Novo (1936-1937), sob o governo de Getúlio Vargas, acusada de se envolver com o comunismo. Ela foi denunciada por uma enfermeira por ter livros marxistas. Afastada do serviço público, só voltou a trabalhar em 1944.

Uma de suas grandes empreitadas foi a criação da Casa das Palmeiras, em 1956, uma clínica para reabilitação de antigos pacientes de instituições psiquiátricas.

Braço direito ilustre

Ivone Lara, em foto antiga, foi enfermeira e parceira de Nise da Silveira, além de sambista Imagem: Acervo Pessoal

A grande parceira de trabalho de Nise em sua luta antimanicomial foi outra mulher, também reconhecida pelo seu talento na música: a sambista Ivone Lara.

Graduada em enfermagem e especializada em assistência social, Ivone foi o braço direito da psiquiatra em todos os seus projetos revolucionários.

A primeira-dama do samba, que faleceu em 2018, fazia questão de citar a competência de Nise e as mudanças que realizou, de extrema importância para garantir tratamento mais digno a pessoas com esquizofrenia e outros transtornos que necessitam de cuidados complexos.

Nise morreu em 1999, aos 94 anos, por insuficiência respiratória.

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