Topo

Missionário peruano é preso por abusar de menina de 4 anos em igreja em SP

Igreja Adventista do Sétimo Dia, em Itanhaém  - Repdoução/Google Maps
Igreja Adventista do Sétimo Dia, em Itanhaém Imagem: Repdoução/Google Maps

Maurício Businari

Colaboração para Universa, em Santos (SP)

11/02/2020 13h20Atualizada em 11/02/2020 18h13

Um missionário da Igreja Adventista do Sétimo Dia foi preso em flagrante anteontem, por volta das 13 horas, em Itanhaém, litoral de São Paulo, depois de ter abusado sexualmente de uma criança de 4 anos. A mãe da menina, que viu toda a cena, denunciou o suspeito à liderança da igreja, que inquiriu o agressor e chamou a polícia. O homem, um religioso peruano de 31 anos, havia sido convidado a participar de um projeto assistencial e estava hospedado havia alguns dias nas dependências da unidade Central da Igreja Adventista da cidade.

De acordo com a polícia, a mãe foi com a criança à igreja no domingo, onde participaria de uma reunião. A menina então teria ido até uma sala onde geralmente são ministradas aulas para as crianças da congregação, para pegar um brinquedo. O missionário estava no cômodo. Quando a menina entrou, de acordo com o boletim de ocorrência, o suspeito pegou a mão da criança, colocou-a sobre o seu órgão genital e começou a fazer movimentos contínuos.

Mas o missionário não esperava que sua ação fosse flagrada pela mãe da criança que, ao notar a ausência da filha, foi até a sala para procurá-la. Em depoimento à polícia, a mãe relatou que, quando entrou no local, o missionário estava de costas, mas percebeu que ele guardava algo dentro das calças quando ouviu a porta abrir.

Já longe do suspeito, a mãe perguntou para a menina o que havia ocorrido, e a criança confirmou o abuso. A mulher então buscou ajuda entre os líderes da congregação, que interrogaram o peruano.

A polícia foi acionada e o suspeito foi encaminhado à delegacia seccional de Itanhaém.

Em depoimento, o homem confessou que colocou a mão da criança em seu órgão sexual, "enquanto falava besteiras para a menina", com conotação sexual. A vítima foi encaminhada para exame de corpo de delito e o homem foi preso em flagrante por estupro de vulnerável.

Pastor foi quem chamou a polícia

Em nota de esclarecimento, a Igreja Adventista do Sétimo Dia lamenta profundamente o ocorrido e informa que o missionário estava abrigado no templo havia poucos dias, enquanto participava de um projeto no município.

Segundo a nota, logo após a mãe constatar o ocorrido, o pastor local foi acionado, conforme protocolo da organização, e imediatamente chamou a polícia. O homem foi preso em flagrante e levado à delegacia e agora segue preso na Penitenciária de Praia Grande (SP).

"Neste momento, a Igreja Adventista do Sétimo Dia oferece o apoio necessário para a mãe e a vítima. A instituição repudia qualquer tipo de violência. E, inclusive, promove regularmente ações de conscientização contra o abuso infantil", conclui a igreja, na nota.

Consulado do Peru acompanha o caso

O cônsul-adjunto do Peru em São Paulo, Raul Meneses, informou que o consulado já foi informado sobre o crime cometido pelo missionário e também recebeu o boletim de ocorrência lavrado na delegacia de Itanhaém. O consulado aguarda agora autorização da polícia e a manifestação do acusado em solicitar ajuda para poder enviar um representante ao presídio de Praia Grande, para onde o missionário foi levado.

"Fomos avisados pela Polícia Civil sobre este caso e estamos acompanhando, por enquanto, tudo de forma online", disse Meneses. "Nosso papel é acompanhar como os nossos compatriotas, que tenham problemas com a Justiça brasileira, estão sendo atendidos para que tenham todas as garantias processuais e que sejam tomadas as medidas mais justas. No caso do rapaz preso em Itanhaém, assim que as autoridades nos liberarem, e ele assim o desejar, poderemos oferecer algum suporte, como servir de intermediários entre ele e os familiares no Peru e indicar advogados."

Segundo informações do Consulado do Peru em São Paulo, há cerca de 50 mil peruanos vivendo no Brasil. Destes, 30 mil vivem no estado de São Paulo, onde aproximadamente 90 homens e 10 mulheres cometeram ilegalidades e cumprem pena em penitenciárias estaduais.