Topo

"Harmonização facial desalinhou meu rosto"; conheça técnicas para reverter

A modelo Denise Queiroz - Reprodução/Instagram
A modelo Denise Queiroz Imagem: Reprodução/Instagram

Paula Roschel

Colaboração para Universa

09/02/2020 04h00

A harmonização facial, procedimento que dá volume e acentua o desenho de partes do rosto, como mandíbula e queixo, virou febre no Brasil no ano passado, segundo dados do Google Trends. A técnica que conquistou famosos como o DJ Alok e a influenciadora e atual sister do BBB 20 Bianca Andrade pode ocasionar, entretanto, resultados estéticos decepcionantes.

Entre os problemas, temos a deformidade facial e formação de nódulos na área de aplicação. Quando isso acontece, o que fazer? Especialistas respondem se é possível reverter o quadro e quais cuidados tomar na investida.

O que é?

A harmonização facial é a técnica de injetar ácido hialurônico na face, para dar um aspecto mais simétrico à determinada região do rosto.

"Quando feita da forma correta, com um médico capacitado, repõem estruturas que se perdem com o passar dos anos, como gordura ou massa óssea. Também pode ser uma boa opção para quem tem assimetrias ou passou por algum acidente que modificou regiões importantes do rosto", diz Adriana Cairo, dermatologista de São Paulo. O tratamento é temporário, e tem duração média de até seis meses.

Retirando com enzima

A modelo brasileira Denise Queiroz, conhecida como sósia da atriz hollywoodiana Gal Gadot, foi uma das pessoas que tomaram um susto ao final do tratamento estético que desenha pontos da face. O resultado da técnica, segundo ela, foi desastroso.

"Tive problemas com a harmonização facial e tentei de tudo para reverter o ocorrido que desalinhou meu rosto. O primeiro passo foi investir nas sessões de enzima. Foram várias. Doeu muito", relata Denise.

Denise Queiroz mostra o antes e depois de harmonização facial

Band Entretenimento

A enzima em questão é a hialuronidase. A substância pode diminuir ou tirar completamente a harmonização.

"Todo preenchimento com ácido hialurônico pode ser desfeito. Mas a enzima usada para retirá-lo também pode eliminar parte do ácido produzido naturalmente pelo corpo. Se feito na medida certa, por um médico treinado, não há problemas. Se feito em exagero, também provocará prejuízos, como o afundamento da área de aplicação", diz Juliana Lusvarghi, cirurgiã plástica de São Paulo.

Segundo Denise, durante a aplicação de enzimas, sentiu o rosto ficar desalinhado. Hoje, após três meses do ocorrido e muitas tentativas de deixar o rosto com aspecto mais natural, ela investiu novamente na harmonização, mas de forma branda. Dessa vez, a técnica veio como correção final do procedimento anterior. "Depois de muito sofrimento, achei um médico que pegou meu caso e agora as coisas estão melhores", completa a modelo.

Para evitar que excessos do uso da enzima aconteça, uma manobra médica para dosar sua utilização entra em cena.

"O uso de ultrassom de alta potência, para diagnóstico de imagem, consegue mostrar aonde está o preenchedor -se mais superficial ou profundo- e determinar como ele está agindo no rosto", diz a dermatologista Christiane Ribeiro, da Clínica Excellence, de São Paulo. Dessa forma, é possível traçar um mapa preciso de como tirá-lo ou melhorar os casos equivocados de harmonização.

A aplicação das enzimas é feita em algumas sessões. Em média, em três encontros é possível obter resultado.

Acelerando o processo

Além da hialuronidase, existe também a redução do aspecto da harmonização através de aparelhos já conhecidos do público que frequenta clínicas de estética. "A radiofrequência, usada tantas vezes para melhorar a firmeza da pele, também auxilia a eliminar mais rápido o efeito do ácido e até da toxina botulínica.

"Tais substâncias também desaparecem mais rápido em quem faz bastante atividade física ou tem o metabolismo mais acelerado", diz Juliana. A ciência por trás dessa diminuição do ácido está na destruição mais acelerada do preenchedor quando exposto em situações de calor ou de aumento metabólico. Mas vale lembrar que ele não vai tirar o ácido imediatamente, mas diminuir o tempo de ação. O que deveria durar seis meses, portanto, passa a durar três.

Para a radiofrequência ajudar no desaparecimento mais rápido da harmonização é necessário passar por quatro sessões do aparelho, cada um com intervalo semanal.

Muita calma nessa hora

Antes de optar pela retirada do ácido hialurônico, médicos pedem cautela e paciência. Após a harmonização, é normal perceber alguns hematomas.

Além disso, existe um inchaço esperado nas primeiras 48 horas, deixando o rosto sem aquela harmonia desejada. "Esse início assusta um pouco mesmo, mas com o tempo, na técnica feita da forma correta, essas características desaparecem", diz a cirurgiã plástica Juliana Lusvarghi.