Cesáreas não diminuem no Brasil, mesmo com recomendações mundiais
Apesar de recomendações mundiais, a taxa de cesáreas manteve estável desde 2014 em todo o país. De acordo com dados preliminares do SUS divulgados neste mês, cerca de 55% dos partos no Brasil foram cesarianos em 2018. O número mantém as brasileiras entre as mulheres mais submetidas à cesárea no mundo.
Ao todo, foram realizados 1,6 milhões de cesáreas nas cinco regiões do país. A sudeste foi a campeã, com 669.167 cesarianas. A região norte tem a menor concentração dos procedimentos, com 150.505 cesáreas em 2018.
Em contrapartida, 1,2 milhões de partos vaginais foram feitos no mesmo ano. O sistema de dados alimentado pelo SUS costuma ter atraso de um ano para contabilizar todos os registros de partos na rede pública e privada de saúde.
Órgãos como a Organização Mundial da Saúde recomendam que países tentem diminuir o número de cesáreas. Segundo estudo da instituição, o procedimento costuma ser desnecessário e aumenta o risco de contaminação e acidentes durante o parto.
Embora pesquisadores e professores defendem a conclusão da instituição, entidades médicas e parlamentares tentam aumentar o número de cesáreas. Em São Paulo, a deputada estadual Janaina Paschoal (PSL) aprovou uma lei que dá opção da gestante escolher a cesárea na rede pública, mesmo contra indicação do próprio médico. O debate dividiu obstetras e políticos.
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