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BBB vai começar: racismo, gordofobia e o que deve ser eliminado do reality

Paula von Sperling, ganhadora da edição do ano passado, foi criticada por falas racistas - Reprodução/Instagram/@paulasperlingreal
Paula von Sperling, ganhadora da edição do ano passado, foi criticada por falas racistas Imagem: Reprodução/Instagram/@paulasperlingreal

De Universa

18/01/2020 11h16

Quem gosta de Big Brother Brasil, o BBB, acompanha com afinco todas as brigas e polêmicas que acontecem há 20 anos dentro da casa. Na edição de 2019, público e participantes passaram a discutir questões sociais— como racismo, gordofobia e intolerância religiosa— de forma mais acalorada. Não faltaram, infelizmente, episódios onde o preconceito contra a crença ou o jeito de viver de outras pessoas ditaram declarações dos brothers e das sisters.

Você se lembra? Eis o que esperamos que não entre na casa nesta edição.

Racismo, gordofobia, preconceitos no BBB: o que não pode se repetir

Gordofobia

Rízia Cerqueira - Rízia Cerqueira (Foto: Reprodução/ Instagram) - Rízia Cerqueira (Foto: Reprodução/ Instagram)
Rízia Cerqueira
Imagem: Rízia Cerqueira (Foto: Reprodução/ Instagram)

A então BBB Rízia Cerqueira enfrentou, especialmente fora da casa, uma chuva de comentários gordofóbicos. Uma das situações que disparou as críticas foi o fato de ela ter beijado outro participante da casa. Por ser mulher gorda, e negra, a sister foi alvo de comentários que afirmavam que ele só ficou por ela porque as outras participantes que estavam na casa não queriam ficar com ele.

Gordofobia, infelizmente, faz parte da vida de muitas mulheres e homens gordos, inclusive no ambiente de trabalho. Ligadas a estereótipos de "preguiçosas", sem saúde ou feias, as pessoas gordas também sofrem com o fato de não ter acesso a espaços, por falta de adaptação a todos os tipos de corpos, e oportunidades por conta da aparência e do preconceito de pessoas.

Racismo

A vencedora da última edição, Paula von Sperling, chegou a prestar depoimento à Polícia, fora da casa, por suas declarações interpretadas como racistas e de intolerância religiosa. O caso foi arquivado. No reality, ela se referiu a cabelos que não são lisos como "ruim", e afirmou que tinha medo do participante Rodrigo França por "ele mexer com esse negócio de Oxum", se referindo à fé que o brother professava.

Apesar de negros representarem 54% da população do Brasil, o racismo e seus desdobramentos, ligados à intolerância religiosa a crenças de matrizes africanas, por exemplo— ainda faz parte da vida de muitos homens e mulheres. Por isso, é importante rever atitudes e comentários que estão associados a preconceitos construídos desde a época da escravidão negra; às vezes, estamos sendo racistas sem perceber.

Machismo

Marcos BBB - Reprodução/TV Globo - Reprodução/TV Globo
Marcos foi expulso do BBB 17 por conta de um episódio de agressão a Emilly
Imagem: Reprodução/TV Globo

No BBB 17, a participação de Marcos levantou o debate sobre machismo, em virtude de seus comentários e atitudes relacionados à participante Emilly, sua namorada na atração. Entre as situações, Marcos disse para ela que "Mulher não tem que beber", em uma tentativa de controlar o comportamento dela.

O Brasil também assistiu, nessa edição, Marcos encurralar Emilly em uma parede. Segundo especialistas, a briga não foi meramente uma discussão de casal, mas violência contra a mulher.

Na edição de 2019, Danrley também foi alvo de comentários machistas. Por não ser um homem "durão", muita gente deduziu que ele teria um perfil "afeminado" e que, por isso, seria gay. O fato de isso ter sido levado na brincadeira (ou como se ele disfarçasse sua orientação sexual) pode ter conotação negativa e, assim, preconceituosa.

Por fim, o fato de o público e os participantes, por vezes, objetificarem o corpo das mulheres que participam do reality também é uma forma de machismo recorrente.

Acirramento de disputa entre mulheres

O público que acompanha o BBB tem seus favoritos e quem deseja ser eliminado. No entanto, comentários que associem a experiência de mulheres lá dentro à rivalidade feminina, especialmente quando o assunto é um "pretendente disputado" só reforça o estereótipo de que mulheres estão sempre brigando e sentem inveja uma das outras.

É preciso, assim, ampliar a noção de sororidade, um termo relacionado ao feminismo que demonstra a união feminina para buscar mais direitos e igualdade.