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Simone revela bullying na infância e desabafa: "Mundo sempre foi masculino"

Reprodução/Simone.art.br
Imagem: Reprodução/Simone.art.br

De Universa, em São Paulo

10/01/2020 09h06

A cantora e ex-jogadora de basquete Simone Bittencourt, que assumidamente é lésbica, afirmou que a sociedade ainda tem um longo caminho a percorrer quando o assunto é machismo.

Para ela, a "voz das mulheres é mais ouvida" nos dias de hoje, mas ainda é preciso evoluir. "O mundo sempre foi muito masculino. Os problemas continuam. Matam, estupram, tudo isso tem. Precisamos estar sempre ali nos mostrando. Nós, mulheres, somos especiais". A declaração foi dada à Quem.

Simone, que completou 70 anos em dezembro, revelou que sofreu bullying por seu corpo desde a infância. "Eu tinha 12 anos e 1,80 m. Era tratada como Olívia Palito. Me chamavam de Belém-Brasília, comprida e mal acabada", disse.

Ao veículo, ela ainda disse que nunca deixou com que os outros a fizessem mudar de atitude. "Jogava futebol com os meninos. Eu era um menino. Sou mulher e sou homem, tenho tudo isso dentro de mim. Nunca fui submissa, sempre briguei pelo que queria. Precisa ter uma agressividade para se defender. As dificuldades eram maiores naquela época".

Sobre a paixão por basquete, a cantora falou que o pai chegou a impedir que ela praticasse o esporte e fez um desabafo contra a falta de apoio dada pelo governo.

"Ele tinha receio que eu jogasse. Somos nove irmãos. Meu pai era machão, queria segurar, resguardar a gente. Depois que viu que era uma luta em vão, aceitou. Existe falta de apoio ao esporte feminino. O vôlei teve ascensão, mas o basquete não está onde merece. O governo não incentiva. Espero que um dia tomem vergonha na cara e abram as portas para as mulheres. Precisamos peitar. Não pode baixar a cabeça e se dar por vencida".