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Aliança LGBTI cita Paulo Freire em nota de apoio à bolsonarista Karol Eller

Karol Eller, amiga da família Bolsonaro, sofreu ataque homofóbico - Reprodução/Arquivo Pessoal
Karol Eller, amiga da família Bolsonaro, sofreu ataque homofóbico Imagem: Reprodução/Arquivo Pessoal

De Universa, em São Paulo

18/12/2019 19h27

A youtuber Karol Eller, amiga íntima da família do presidente Jair Bolsonaro, noticiou ontem o ataque homofóbico do qual foi vítima no Rio de Janeiro. A mineira foi abordada por um homem e posteriormente submetida a socos e pontapés, socorrida pela namorada quando já estava desacordada.

Hoje, a Aliança Nacional LGBTI+ emitiu uma nota de repúdio e condenação à LGBTIfobia sofrida pela celebridade do YouTube, reforçando que a agressão deve ser configurada como "um crime de ódio e violência opressora patriarcal".

"Apresentamos nossa solidariedade à youtuber Karoll Eller, e repudiamos quem quer que ouse justificar tamanha violência. Declaramos que os agressores são os culpados e não aceitamos que a vítima seja responsabilizada pela violência sofrida. Não importa qual roupa vestia, não importa qual atitude tomava, não importa seu posicionamento político, não importa sua orientação sexual, nenhuma mulher merece agressão. Nenhuma pessoa pode ser vítima de violência por ser quem é", iniciou.

O comunicado destaca ainda os crescentes ataques à comunidade LGBTQ e feminicídios, que partem de tempos "em que nazistas vem a público desfilar ódio" e do "fundamentalismo religioso".

"Nestes tempos em que nazistas vem a público desfilar seu ódio (mesmo sendo crime), em que os crimes de violência e feminicídio aumentam, em que os crimes contra a comunidade LGBTl+ aumentam, e que o fundamentalismo religioso e outros discursos de ódio tentam legitimar a sua violência na sociedade, e tentam destruir o Estado Democrático de Direito e as Liberdades e Garantias Fundamentais assegurados na Constituição, nós reafirmamos a luta da comunidade LGBTI+ em defesa da Democracia".

A nota de repúdio é concluída com uma referência a Paulo Freire, educador incisivamente criticado pelo presidente Jair Bolsonaro, que o inclusive o chamou de "energúmeno" recentemente.

"Como nos diz o grande educador Paulo Freire: 'Ninguém liberta ninguém. As pessoas se libertam em comunhão'. Por isto nos afirmamos e nos confirmamos enquanto movimento social que luta pela Liberdade e Emancipação humana".