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Sudão revoga lei que controla comportamento e roupa das mulheres em público

Getty Images
Imagem: Getty Images

De Universa, em São Paulo

29/11/2019 16h24

O governo sudanês revogou uma lei que controlava a forma como mulheres deveriam se comportar e vestir em público.

Implementada desde 1983, a norma em questão proibia mulheres do Sudão de participarem de festas, interagirem com homens e, caso quisessem trabalhar, precisariam da autorização masculina.

Além disso, as sudanesas tinham como dever se vestir de maneira "modesta". O uso de calças era proibido.

Quem fizesse algo categorizado como contra as normas, ou seja, ilegal ficaria sujeita a chibatadas e, em casos raros, apedrejamentos e execuções.

Em 2016, mais de 45 mil denúncias foram feitas contra as mulheres, de acordo com a rádio local Daganba. A lei tinha a problemática ainda de ser aplicada na maioria das vezes contra mulheres de classe social baixa e de origens periféricas.

"O fim da lei usada para perseguir mulheres é um grande passo para o país. A medida reforçava a ideologia do regime antigo, baseado no terror e na discriminação", afirmou a ativista de direitos humana Hala al-Karib à BBC.

A mudança vem junto com a dissolução do partido do ex-ditador Omar al-Bashir, deposto após 30 anos no poder a partir de protestos protagonizados por mulheres no país.