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Capitã da PM surpreende ao usar vestido-farda em casamento em Cuiabá

Raíssa Helena Amorim Borges trabalha na Polícia Militar de Mato Grosso e quis se casar com vestido-farda - Gabriel Bandeira
Raíssa Helena Amorim Borges trabalha na Polícia Militar de Mato Grosso e quis se casar com vestido-farda Imagem: Gabriel Bandeira

Bruna Barbosa

Colaboração para o UOL, em São Paulo

23/11/2019 13h41

Desde que começou a trabalhar na Polícia Militar de Mato Grosso, Raíssa Helena Amorim Borges, 30 anos, tinha o sonho de se casar usando a farda, assim como os amigos da instituição. No último dia 13 de novembro ela se casou com o diretor financeiro de startup de agronegócios, Matheus André Campos Borges, de 25, e chamou atenção dos convidados ao inovar entrando na igreja com um vestido-farda, em Cuiabá.

O modelo era composto pela própria farda da capitã, que não pode ser modificada, porém, na parte de baixo, o traje ganhou uma saia preta. Apesar das "inovações", Raíssa não abriu mão do véu e da grinalda.

Além da entrada triunfal, a cerimônia também contou com o "teto de aço", tradição onde os militares fazem uma "cobertura" de espadas sobre os noivos.

Raíssa contou que conheceu o marido em março de 2018, na igreja frequentada por ambos, que são adventistas. Um mês depois começaram a namorar e ficaram noivos por dez meses até a chegada do grande dia.

Apesar do marido não ser militar, a capitã contou que ele sempre apoiou a vontade dela de usar a farda no dia do casamento e ficou feliz com a decisão.

"Ele [o marido] admira o trabalho que faço na PM. Desde dezembro do ano passado estamos planejando o casamento, sempre disse que na cerimônia religiosa queria casar de farda", contou.

O vestido foi produzido pelo alfaiate responsável por fazer as fardas de todos os policiais militares de Mato Grosso, conhecido como Oliveira. Quando entrou na igreja, Raíssa surpreendeu os convidados com o "toque militar" que acrescentou ao casamento.

A capitã contou que tentou buscar por referências de mulheres que se casaram usando traje militar antes dela, mas não conseguiu encontrar nenhum caso parecido e precisou usar a imaginação.

A dama de honra do casal também entrou na igreja usando uma minifarda para levar as alianças até o altar.

Apesar das inovações, para Raíssa, o ápice do casamento foram os votos escritos e lidos por André durante a cerimônia. "Foi quando os convidados puderam conhecer um pouco do nosso amor".

Uma década de instituição

A capitã ingressou na PM em 2009, quando tinha acabado de completar a maioridade. Em fevereiro do ano que vem, Raíssa se prepara para completar 11 anos de instituição. Para ela, o trabalho vai muito além de "garantir o sustento" e afirma ter aprendido através da vida militar a ser uma mulher independente e corajosa.

Por conta disso, no casamento, um dos momentos mais sonhados e planejados pelo casal, a capitã afirmou que não poderia deixar a PM de lado, assim como a religião seguida por ela e pelo marido.

"Quis unir duas instituições muito importantes para mim, a PM foi onde aprendia a ser uma mulher forte, que luta pelo que quer e a ter amor em proteger as pessoas. E minha igreja, que é o lugar onde eu e meus irmãos fomos criados, além de ter sido onde conheci meu marido", contou.

Três dias de festa

Como também queria usar um vestido de noiva tradicional, Raíssa e o marido decidiram planejar três dias de festa em Cancún, no México, e renovaram os votos em um casamento a beira da praia em um resort, na terça-feira (19).

Cerca de 50 convidados do casal desembarcaram no país e foram recebidos com um jantar mexicano no último domingo (17). Na segunda-feira (18), antes de renovarem os votos, ainda comemoraram com uma festa na piscina do resort.

Agora o casal curte a lua-de-mel em Santiago, no Chile. "Foi muito legal, ficamos entre amigos e familiares que 'abraçaram' nossa ideia. Agora estamos descansando da correria de organizar o casamento".