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Pitty diz não julgar artistas que se apropriam de discursos feministas

A cantora Pitty - Divulgação
A cantora Pitty Imagem: Divulgação

De Universa, em São Paulo

08/11/2019 18h07

Pitty aborda tema relacionados ao feminismo tanto em seu trabalho na música, como no programa Saio Justa, do canal GNT, do qual faz parte. Ela vê o atual momento como uma fase de transição de ideias e prefere não julgar artistas que comercializam esse discurso em suas músicas.

"Quando você lida com a ampliação de uma ideia, você vai esbarrar na questão mercadológica. A gente vive em um sistema capitalista. Fazemos parte dele. Acho que isso vai da consciência de cada uma, de se aprofundar, de ser responsável em relação às escolhas. Não estou aqui para julgar ninguém. Penso no que eu posso fazer para contribuir. O que posso olhar de positivo é que tem mais gente interessada em conversar sobre alguns assuntos", declarou.

No entanto, ela ressalta que não foi fácil e claro falar sobre feminismo no início de sua carreira.

"Não tinha nome [o feminismo no início dos anos 2000]. Chamava 'ser mulher no meio de homem. As pessoas precisam de rótulos para se sentirem seguras. Não é para mim. Elas precisam de um lugar para se localizar. Eu que não posso me deixar aprisionar por eles. Sinto um pouco de pesar, porque quando a gente fica preso em um estereótipo de alguém, a gente deixa de ver a amplitude dessa pessoa. É um pouco triste, mas o que eu posso fazer? Continuar vivendo e sendo", disse a cantora em entrevista para a revista Quem.

Mãe de Madalena, de 3 anos, fruto de seu relacionamento com o músico Daniel Weksler, a cantora contou sobre como educa a menina.

"Madalena vê a gente agindo da forma que consideramos justa, honesta e igualitária. Exemplo é tudo. Ela vai crescer tendo pais que se comportam desse jeito. Ela vai encontrar conflito depois, fora [de casa]. Eu a crio para ser uma pessoa forte, livre e sabendo que pode contar com a mãe dela para mim", disse.