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Ela investiu R$ 300 em bike de geladinho; hoje fatura R$ 20 mil com sorvete

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Paulo Moreira

Colaboração para Universa

28/10/2019 04h00Atualizada em 28/10/2019 18h14

Há quatro anos que Marilene Boa Morte dos Santos, 31, saiu de Salvador para tentar uma vida melhor em São Paulo. Ela se viu desempregada, descontente com a área de formação e buscou como fonte de renda um negócio aparentemente distante da sua formação. Hoje, ela fatura R$ 20 mil por mês vendendo sorvetes artesanais com sabores que remetem à sua terra de origem.

Marilene se formou em engenharia química, quando ainda morava em Salvador, mas não se identificava com a profissão. Com um filho pequeno, foi para São Paulo atrás de novas oportunidades, mas se deparou com a grandiosidade e competitividade da megalópole, e acabou trabalhando como promotora de vendas em um shopping center, mas não gostou da experiência. Desempregada, resolveu que era hora de arriscar de novo.

Ela comprou uma bicicleta por R$ 360, investiu mais R$ 40 na caixa de vime e passou a vender geladinhos, pedalando pelas ruas da cidade. Com o tempo, conquistou uma clientela fiel e começou a ser indicada para vender seus produtos em eventos.

O aumento na procura fez ela perceber que havia ali um nicho que poderia ser explorado. Resolveu se especializar no ramo de sorvetes e procurou o curso da Escola Sorvete. Dividiu o valor do curso, de R$ 2.500, em dez parcelas e, ao terminar, conseguiu abrir a própria sorveteria, com um investimento inicial de R$ 15.000.

Xêro Sorvetes - Divulgação - Divulgação
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Sorvetes típicos do Nordeste e fondue em casa

A Xêro Sorvetes completou um ano de atuação e fatura cerca de R$ 20 mil por mês. Todos os sabores oferecidos são artesanais e feitos com sabores típicos do Nordeste, como cajá, umbu, tapioca, coco queimado, jaca, siriguela, entre outros.

Mas nem tudo foi fácil. Marilene conta que teve muita dificuldade para entender a importância do capital de giro e demorou para se convencer de que precisaria reinvestir no negócio. Aos poucos, conseguiu aprender e colocar as contas da empresa nos trilhos. "Quero investir em uma fábrica própria."

Para transformar o ambiente em fábrica, ela pretende investir cerca de R$ 70 mil em infraestrutura e equipamentos. A empreendedora também já planeja novos investimentos. "Estou juntando para comprar um carro para trabalho, pois é muito difícil depender de Uber para tudo."

Como nem só de verão se faz São Paulo, ela também desenvolveu produtos que podem ser consumidos em outras épocas do ano. Um deles é o foundue delivery: o cliente encomenda por telefone, e-mail ou Whatsapp, ela leva todo o kit até o local, monta e retira no dia seguinte. Além disso, a Xêro Sorvetes vende brownie na chapa e café artesanal.

O case de Marilene foi tão bem recebido na Escola Sorvete, que ela foi escolhida para representar a marca em um evento internacional, em Angola, para onde ela parte em breve.