7 em cada 10 empreendedoras têm curso superior; 60% toca empresa sozinha
A mulher empreendedora no Brasil tem mais formação acadêmica do que os homens. Apesar disso elas têm menos tempo para se dedicar aos negócios devido ao trabalho doméstico e do cuidado com os filhos.
O perfil da empreendedora brasileira é fruto de uma pesquisa divulgada hoje pelo Instituto Rede Mulher Empreendedora (Irme) com apoio da ONU Mulheres.
O levantamento mostra que 69% das empreendedoras têm graduação ou pós-graduação, contra 44% dos homens. Apesar disso, 52% tem filhos mas se dedicam 24% a mais aos filhos do que eles. Mais da maioria é casada (59%), mas toca sozinha o próprio negócio (60%) e toma as decisões sozinhas (73%).
A metade dos negócios (50%) tocados por mulheres no Brasil têm faturamento mensal de R$ 2,500 e, em cerca de 40% dos casos, é o principal sustento da família. A busca em ter o próprio negócio começa a partir dos 30 anos.
Para Ana Fontes, do Instituto Rede Mulher Empreendedora, a mulher é 'empurrada' a empreender. "É uma atividade solitária. Percebemos que, a partir dos 30 anos, o mercado corporativo tem cada vez menos espaço para as mulheres, especialmente quando elas têm filhos pequenos", diz.
O estudo desenvolvido pelo Plano CDE contou com mais de 2,500 empreendedores de todo o país. Entre as mais de 60 perguntas, a pesquisa comparou índices de autoconfiança e gestão financeira entre homens e mulheres.
Mesmo à frente dos negócios, 34% delas não se sentem capazes de fazer um bom planejamento financeiro, contra 50% dos homens. "Isso está relacionado à autoconfiança. O dinheiro sempre foi território visto como masculino", explica Ana.
A principal dificuldade das empreendedoras é conciliar as responsabilidades em casa e no negócio. O ambiente de trabalho costuma, inclusive, se misturar. Cerca de 40% mistura o dinheiro do negócio com o da própria casa, contra 28% dos homens, para equilibrar as próprias contas.
"A gente percebe que o empreendedorismo é uma ferramenta de transformação para as mulheres, mas não podemos glamourizar a situação", diz.
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