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Casal de brasileiros é agredido em Lisboa por se recusar a comprar drogas

Reprodução - 1º.out.2019/TVI
Imagem: Reprodução - 1º.out.2019/TVI

Do UOL, em São Paulo

03/10/2019 10h33Atualizada em 04/10/2019 09h12

Um casal de brasileiros foi alvo de agressões homofóbicas em Lisboa, capital de Portugal, no último domingo (29). Quatro suspeitos, que tentaram vender drogas a Victor Drummond e Fabio Liebl, agrediram os brasileiros. Eles já foram identificados pela polícia, segundo o jornal Público. Ninguém foi preso até o momento.

"Tudo porque ignoramos a oferta de venda de drogas de um grupo que fica deliberadamente ao ar livre fazendo isso. Na frente da polícia. E agredidos na frente dela. Que poderia tê-los prendido. Mas não os fez", escreveu Drummond nas redes sociais. O casal apresentou queixa à polícia.

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Fabio Liebl e Victor Drummond
Imagem: Reprodução - 9.mai.2019/Facebook/vonderliebl

Ao site Dezanove, de Portugal, os brasileiros disseram que tiraram fotos dos suspeitos, que ofereceram drogas. Essa ação teria motivado as agressões. O casal teria corrido para chegar à polícia, que estava a cerca de 20 metros do local, mas os agressores conseguiram atingir Liebl.

"Foi muito pânico. Eu fiquei num fogo cruzado", relatou Drummond ao UOL, lembrando que tentava chamar a atenção da polícia e, ao mesmo tempo, tentar afastar os agressores de seu marido. "A polícia veio caminhando", lembra Drummond. Os suspeitos foram abordados, mas foram apenas notificados pela polícia, contou o brasileiro.

Nas redes sociais, Liebl disse que foi agredido fisicamente à luz do dia na Praça do Comércio, um dos principais cartões postais da capital portuguesa. No local, é comum haver grupos que abordam turistas para oferecer drogas. "Mas o amor de nossos amigos está nos ajudando a superar isso e a continuar na luta por dias melhores a todos", escreveu.

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Suspeitos agrediram Liebl no último domingo
Imagem: Reprodução - 1º.out.2019/TVI

"Não podemos nos calar ao sofrer estes abusos. Não desejo a ninguém o que aconteceu conosco. E vamos lutar para que nunca volte a acontecer a mais ninguém", comentou Liebl.

A associação ILGA Portugal (Intervenção lésbica, gay, bissexual, trans e intersexo) disse que esse é um "crime de ódio que repudiamos". "Uma das melhores respostas que temos contra estes episódios é a denúncia junto das entidades competentes", escreveu o grupo nas redes sociais.

Ao UOL, o casal disse que a embaixada e o consulado brasileiro em Lisboa está dando apoio. Uma audiência sobre a ocorrência está prevista para amanhã.

Segundo Drummond, ele e seu marido agora querem lutar que as vítimas de violência "não se calem jamais". "Se encorajem, se empoderem com seus grupos de amigos e que a Justiça seja sempre feita".