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Levantamento: a cada 4 minutos uma mulher é agredida no Brasil

Alikaj2582/iStock
Imagem: Alikaj2582/iStock

De Universa

09/09/2019 09h06Atualizada em 04/02/2020 19h41

Dados inéditos obtidos pelo jornal Folha de S.Paulo mostram que a cada quatro minutos uma mulher é vítima de agressão no Brasil.

Os números apresentados pelo Ministério da Saúde são do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação). Foram analisadas pela reportagem 1,4 milhão de notificações recebidas entre 2014 e 2018.

Segundo o ministério, só em 2018 foram registrados mais de 145 mil casos de violência em que as vítimas sobreviveram. Dessas vítimas, 68% são do sexo feminino e 32% do sexo masculino.

São contabilizadas agressões físicas, sexual, psicológica e de outros tipos. Casos de violência sexual tiveram um aumento de 53% no período avaliado, sendo que 7 em cada 10 vítimas são crianças a adolescentes (até 19 anos).

Os estupros coletivos contra mulheres foram 3.837 em 2018. Contabilizando os casos em que as vítimas foram homens, o número chega a 4.716. O estudo não permite afirmar se os casos de violência contra mulher aumentaram ou passaram a ser mais notificados.

Quanto às agressões físicas, as vítimas mais frequentes são mulheres de 20 a 39 anos. Na maioria desses casos, o agressor é alguém próximo da vítima: pai, irmão, filho, atual ou ex namorado ou marido. 70% dos casos ocorrem dentro das casas das vítimas.

Capão Redondo lidera ranking em São Paulo

Outro levantamento, com base em números obtidos junto à Polícia militar, mostra que a região do Capão Redondo, no extremo sul da cidade, é a que apresenta o maior número de denúncias de agressões contra mulheres.

Foram 907 casos de agressão em ambiente doméstico, a maioria tendo mulheres como vítimas. Em média, um pedido de socorro é feito a cada 20 minutos na região.

Integram o ranking as regiões de Perus/Pirituba (5,4%) e Brasilândia (4,6%), na zona norte, além de Itaquera (4,5%) e Itaim Paulista (4,5%), na zona leste.

O levantamento mostra que a maioria dos acionamentos acontece à noite, entre 18h e meia-noite. A incidência é maior aos sábados, domingos, segundas-feiras e quartas-feiras.

Entre as medidas pensadas para tentar coibir os casos na região do Capão Redondo é a implantação do sistema de câmeras que serão acopladas no uniforme dos PMs. A medida seria uma forma de inibir a continuação de ações violentas quando os policias chegam ao loca do crime.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que informou o quinto parágrafo, foram 3.837 estupros coletivos só em 2018, e não entre 2014 e 2018. E diferentemente do que informou a matéria, o levantamento sobre o número de atendimentos em São Paulo foi obtido junto à Polícia Militar, e não faz parte dos índices do Ministério da Saúde. As informações foram corrigidas.