Topo

Bruna Linzmeyer diz que discurso de Bolsonaro oprime mulheres lésbicas

Bruna Linzmeyer no lançamento da campanha "Prazer, Loungerie" - Manuela Scarpa/Brazil News
Bruna Linzmeyer no lançamento da campanha 'Prazer, Loungerie' Imagem: Manuela Scarpa/Brazil News

Carol Martins

Colaboração para Universa, em São Paulo

06/09/2019 08h06

Ativista das causas feministas e dos direitos LGBTQ+, a atriz Bruna Linzmeyer acredita que o discurso do presidente Jair Bolsonaro oprime cada vez mais lésbicas. Bolsonaro foi criticado recentemente por afirmar que "família é homem e mulher" e classificar como "coisa do capeta" o assunto sobre "ideologia de gênero".

"Me preocupo não só com violências extremas mas, sim, me preocupo com cada mulher que vai ficar presa dentro de si mesma, que não vai conseguir amar uma outra mulher por medo do que vai estar em volta. Mulheres que não vão poder viver amor, paixão, sexo, prazer, vida", disse ela durante o lançamento da campanha Prazer Loungerie, em São Paulo, na noite de ontem (5).

"Sou uma mulher branca, jovem, bonita, dentro desses padrões de beleza, atriz de televisão, conhecida e, neste momento da minha vida, com dinheiro. Comigo não vai acontecer muita coisa. Estou bem privilegiada, mas, sim, tem sapatão morrendo, sendo expulsa de casa e esses discursos vêm sendo autorizados por essas autoridades", declarou.

Namorando há quase três anos com a artista plástica Priscila Fiszman, Bruna diz que tem a vida sempre rodeada de preconceitos desde que assumiu sua sexualidade.

"Retaliações acontecem em níveis não falados, retaliações acontecem o tempo todo. Vez ou outra eu percebo. Há retaliações por eu ser sapatão. Ainda vivemos num mundo preconceituoso e conservador. Há muita gente que quer trabalhar comigo por eu ser quem eu sou. Faço um filtro. E tá tudo certo. E a gente vai tecendo as nossas redes", disse.

Bruna está à frente de uma rede de apoio com uma representatividade positiva. "Tem muita mulher na rua que vem me agradecer, vem falar que conseguiu falar com a família. Minha real obrigação é devolver esse obrigada, por estar neste 'mainstream', porque só estou aqui porque essas mulheres estão comigo, do meu lado."