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Homens recorrem à violência porque se sentem intimidados, diz Moro

Pacto envolve representantes do Executivo, Legislativo, Judiciário e Ministério Público - Divulgação/Justiça e Segurança Pública
Pacto envolve representantes do Executivo, Legislativo, Judiciário e Ministério Público Imagem: Divulgação/Justiça e Segurança Pública

Marcos Candido e Felipe Amorim

De Universa em São Paulo e Brasília

07/08/2019 14h37Atualizada em 07/08/2019 16h22

O ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro afirmou hoje que homens, ao se sentirem intimidados, recorrem à violência doméstica para afirmar uma "pretensa superioridade" sobre as mulheres "que não mais existe". O ministro participou da assinatura de um pacto do governo federal para o combate à violência contra a mulher nesta quarta (7), data em que se comemora os 13 anos da Lei Maria da Penha.

"Talvez, nós homens nos sintamos intimidados. Talvez, nós, homens, percebamos que o mundo está mudando e, por conta dessa intimidação, infelizmente, por vezes, recorremos à violência para afirmar uma pretensa superioridade que não mais existe", disse.

"No início a gente pensava que era necessário políticas de proteção às mulheres porque elas são vulneráveis. Mas isso não é correto, isso não é verdadeiro. É o contrário. Nós precisamos de políticas de proteção de mulheres porque elas são fortes, elas estão em maior número", afirmou o ministro em seu discurso. "Nós, homens, temos que reconhecer que, em geral, elas são melhores do que os homens. Talvez porque as mulheres são em maior número, porque as mulheres são em geral melhores."

O pacto também foi assinado pelo presidente STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, pela Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, e pelos ministros Osmar Terra, do Ministério da Cidadania, e Damares Alves, à frente do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. Os conselhos nacionais do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Polícia Civil também se comprometeram a reduzir os índices de violência contra a mulher no país.

Segundo Toffoli, o Brasil representa a quinta maior taxa de feminicídio do mundo.