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Jovem faz tatuagem à irmã com Down com letra dela e desenho de cromossomos

Vitor Bruno e a irmã, Bruna Ferreira  - Acervo pessoal
Vitor Bruno e a irmã, Bruna Ferreira Imagem: Acervo pessoal

Nathália Geraldo

De Universa

30/07/2019 17h27

Um vídeo de pouco mais de um minuto do podcaster e aprendiz de Administração Vitor Bruno de Araujo Lima, 20 anos, mostrando a tatuagem que fez à sua irmã, a estudante Bruna Ferreira de Araujo Lima, 23 anos, viralizou no Twitter ao mostrar a relação de cuidado e carinho que eles têm entre si. Os dois são de São João de Meriti (RJ).

Bruna tem Síndrome de Down e, de surpresa, recebeu uma homenagem dupla do irmão: além de ele ter tatuado a trissomia 21 (pois a pessoa com Down apresenta três cromossomos 21, em vez de dois), Vitor marcou na pele o nome de Bruna escrito por ela mesma. "Tenho muito orgulho de ter essa responsabilidade em minha vida e prometo sempre tentar ser o melhor pra você, irmã", escreveu o jovem, ao publicar o vídeo na rede social.

Até o momento da publicação desta matéria, o vídeo dos irmãos teve mais de 40 mil curtidas. E, para Universa, Vitor contou que ela está feliz da vida com a repercussão. "Eu mostrei para ela que ela está conhecida na internet".

Tatuagem para irmã com Down

Tatuagem Vitor Bruno para irmã com Down, Bruna Ferreira - Reprodução/Twitter - Reprodução/Twitter
Vitor pediu para que Bruna escrevesse o próprio nome
Imagem: Reprodução/Twitter

"Sempre tive convicção de que faria alguma coisa para a Bruna e tentava fugir de ideias batidas, de fazer o nome dela, com fonte comum. Pesquisando, tive a ideia do cromossomo 21, até por ser algo do cariótipo [conjunto de cromossomos], que meus pais detectaram, e eu optei por usar a trissomia, não a 'versão romantizada'. A assinatura dela foi para dar uma identidade na tatuagem e para ficar mais fácil de ela identificar, ver que ela que fez", explica.

Veja o vídeo:

"Comecei a me conscientizar"

Vitor conta que, por terem uma diferença pequena de idade, os dois eram bem próximos quando crianças mas, por ele ter avançado no colégio, a relação dos dois foi se modificando.

"De 7 a 12 anos, isso desencontrou nossos pensamentos. Para quem convive com pessoas com deficiências, é natural ter momentos menos envolvidos com a causa. Até que eu comecei a me conscientizar. Eu até brinco no meu trabalho que eu já nasci com uma filha. E é verdade. Meus pais tendem a ir antes de nós, e a Bruna é minha responsabilidade".

"Quando eu entrei nesse mindset, acabei buscando me preparar. Mas, não vou mentir, dizer que é uma relação mil amores, porque nenhuma relação de irmão é. E a gente foca em ter uma criação bem natural com ela, sem nenhum cerco", pontua.

Repercussão

"Ela ficou muito feliz com a repercussão que isso gerou, até porque aproveitei para divulgar a questão das Apaes, que são colégios para pessoas com deficiência. E eu a deixei a par do que estava acontecendo na internet".

As curtidas e comentários no Twitter, perguntando sobre Bruna, geraram outro tuíte de Vitor sobre a jovem, que é "fã número 1 de Luan Santana".