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Mulher é morta pelo marido no ES: "Vai para o inferno hoje", escreveu ele

Lully Santos foi morta pelo marido, em casa, na frente dos filhos - Arquivo pessoal
Lully Santos foi morta pelo marido, em casa, na frente dos filhos Imagem: Arquivo pessoal

Luiza Souto

Da Universa

01/05/2019 14h51

A ajudante de cozinha Lully Santos, de 24 anos, foi morta a tiros pelo marido nesta terça-feira (30), na frente dos filhos, no bairro Normília da Cunha, em Vila Velha (ES). Eles estavam juntos havia dois anos e têm um bebê de seis meses. Segundo uma amiga, que prefere não se identificar, por medo do acusado, a vítima vinha sendo agredida pelo companheiro desde a gravidez. O motivo: ciúmes.

Lully era mãe ainda de outro menino, de 5 anos, também agredido pelo acusado, segundo essa amiga. E o histórico de violência não para: a vítima também apanhava do ex. Ela chegou a perder um bebê por causa das agressões.

O homem, identificado como Antônio Leandro Bispo de Oliveira, de 21, está preso no Centro de Triagem de Viana. A informação foi confirmada na Delegacia de Homicídios de Vitória. O caso é tratado como feminicídio. Em mensagens enviadas à vítima, às quais a Universa teve acesso, ele avisou o que iria fazer.

"Você vai para o inferno hoje. Reza para eu não te encontrar por aí. Vai ser seu fim". O homem teria escrito essa mensagem em fevereiro, e Lully a encaminhou para a amiga.

"Ela me contava das agressões, mas dizia que o amava demais, e fazia qualquer coisa por ele. Vivia praticamente como uma prisioneira e só saía com ele. Minha amiga já tentou se separar, mas ele a ameaçava. Já recebi áudio dela dizendo que o Leandro estava com o revólver na sua mira, falando que ia matar ela e quem estivesse com ela", relata a amiga.

O irmão de Lully, Wagner dos Santos, disse à Universa que o crime aconteceu na frente de seu sobrinho mais velho, de 5 anos. Informações na polícia dão conta ainda de que seu corpo foi encontrado em cima do neném, em sua cama:

"Aos homens que têm um relacionamento complicado com as mulheres, que separem, sem machismo, antes de fazer qualquer coisa. Imaginem se fosse com sua filha, sua mãe, sua irmã. Agora o filho dela só chora. Vamos falar o que para ele?", questiona Wagner, que é técnico em manutenção de máquinas florestais.