Tem síndrome da impostora no sexo? 4 dicas para acabar com a autossabotagem

A síndrome da impostora é um problema que costuma afetar a vida de muitas mulheres no campo profissional. No sexo, ela também costuma dar as caras.

É comum que, de vez em quando, até mesmo a mais bem resolvida das mulheres enfrente pensamentos do tipo: "sou gostosa o suficiente?", "não sei se devo falar o que quero", "será que ele está curtindo?" e "tomara que eu consiga gozar".

Vez ou outra, tudo bem sentir receios como esses. Afinal de contas, ninguém ostenta uma autoestima 100% elevada o tempo todo. O perigo é quando questões como essas pairam na mente de uma mulher com frequência, levando-a a se sentir uma espécie de "fraude" entre quatro paredes e atrapalhando seu prazer.

A boa notícia é que é possível, sim, controlar esses momentos de vulnerabilidade. A primeira atitude é mudar a relação com a própria autoestima. Afinal, a síndrome da impostora no sexo é fruto da descrença feminina no próprio potencial. Veja as principais dicas para se livrar do autoboicote a seguir.

1. Gostar de si mesma

É preciso ter consciência de que corpo perfeito não existe —e, ainda que existisse, isso não faz a menor diferença no sexo. Algumas mulheres não estão satisfeitas com seus atributos e isso se reflete, e muito, na cama. Elas estão mais preocupadas com o que o parceiro vai ver do que com o que vai acontecer de fato.

É realmente necessário acordarmos para o mal que a comparação nos causa e tomarmos uma decisão consciente: não vamos ficar presas de conceitos impossíveis de atingir! Resumindo: o cara está lá, numa boa, relaxando, gozando feliz, e a gente está tensa, preocupada se ele está vendo nossas gordurinhas a mais.

2. Preocupação com o outro

Outro fator por trás da síndrome da impostora no sexo é a preocupação excessiva com o prazer do outro. Um olhar individual, acredite, também vai fazer bem. Muitas mulheres ainda são reféns de crenças antigas e machistas que pregavam que para ser boa de cama é preciso fazer certas coisas que os homens supostamente gostam.

Continua após a publicidade

Porém, primeiro é preciso se agradar e saber como obter prazer, para depois dá-lo a alguém. Independentemente de ser uma relação casual ou não, deixe de ter vergonha e fale o que a agrada ou não. Uma parte dos homens gosta ajudar a mulher a entrar no clima e sentem tesão em saber que, ao abrirem o jogo, a parceira está à vontade e disposta a ter e dar prazer.

3. Obrigação do orgasmo

O terceiro fio condutor das paranoias e inseguranças é a obrigação de gozar. É preciso acabar com essa ditadura do orgasmo que muitas impõem a si mesmas, porque não existe regra. Não é em toda transa que a mulher consegue gozar.

Isso tem a ver com a situação, a preparação, o contexto, o tratamento do outro, se ela está muito excitada ou não, se o romance vai bem ou não... Há muita coisa para se levar em consideração, inclusive questões físicas, como o cansaço. Portanto, ninguém deve se cobrar ter orgasmos em toda relação. O ideal é relaxar, aproveitar o "durante" e curtir o momento, sem ficar tensa querendo saber se vai chegar lá.

O orgasmo feminino é misterioso, até porque não é só ele que proporciona prazer durante a relação. A mulher pode ter picos de prazer e não saber identificar se esses picos são ou não um orgasmo. Como se não bastasse, nosso prazer varia muito de transa para transa e até durante o ato em si, já que podemos nos excitar facilmente da mesma forma com que perdemos totalmente o tesão. Portanto, caso as coisas não saiam do jeito que você imagina, nada de se jogar no mau humor ou na frustração: tenha em mente que às vezes não adianta insistir e tudo bem.

4. Decisões ruins

Para finalizar, os anseios causados pela síndrome da impostora na cama podem conduzir a decisões ruins, como deixar rolar só porque o cara quer ou simular o gozo.

Continua após a publicidade

Ou seja, não se relacione sexualmente se não tiver vontade nem faça do fingimento uma rotina, pois a chance de você começar a acreditar que nunca sentirá prazer de verdade é grande.

Fontes: Marina Vasconcellos, psicóloga e terapeuta familiar e de casal pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo); Rejane Sbrissa, psicóloga; e Tatiana Presser, psicóloga, sexóloga e autora do livro "Vem Transar Comigo" (Ed. Rocco), com matéria publicada em 05/12/2018

Deixe seu comentário

Só para assinantes