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6 ganhos que você tem ao eliminar pessoas tóxicas da sua vida

Pessoas tóxicas são aquelas que "sugam" as suas energias de diversas maneiras - Getty Images/iStockphoto
Pessoas tóxicas são aquelas que "sugam" as suas energias de diversas maneiras Imagem: Getty Images/iStockphoto

Heloísa Noronha

Colaboração para Universa

29/11/2018 04h00

Com a chegada de dezembro, é normal fazer uma listinha básica de tudo aquilo que queremos atrair para a nossa vida no próximo ano. Mais importante do que contar com a sorte ou com as boas vibrações do universo, porém, é olhar para o próprio dia a dia e analisar o que precisa ser aniquilado para dar espaço às energias positivas.

O primeiro passo para obter o que deseja, acredite, é eliminar as pessoas tóxicas da sua vida –não no sentido literal, obviamente! Como fazer isso? Há varias sugestões: desde deixar de seguir ou bloquear nas redes sociais (lembre-se do velho ditado: o que os olhos não veem, o coração não sente) até reduzir a convivência o máximo que puder a tentar diminuir a influência delas sobre você.

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Pessoas tóxicas, é bom frisar, são aquelas que "sugam" as suas energias de diversas maneiras –jogando sobre os seus ombros os problemas e recalques delas, criticando suas escolhas e desqualificando suas conquistas, só para citar alguns exemplos.

Ao conseguir acabar com o impacto de amigos ou parentes que agem assim (ou pelo menos minimizá-lo), você alcança vários ganhos, como os listados a seguir:

Em primeiro lugar, mais tempo para si mesma

Segundo o psiquiatra Luiz Scocca, membro da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria) e da APA (Associação Americana de Psiquiatria), o tempo gasto em discussões, muitas vezes sem motivo ou sentido, entristecendo-se e em paralisia, remoendo as brigas e as meias-verdades poderá ser direcionado a você. Não se trata de egoísmo, mas de amor próprio. "Você pode sair com amigos, voltar a estudar ou estudar mais e melhor, retomar projetos, praticar atividade física que deixou de fazer e até abrir caminho para novas pessoas em sua vida", diz.

Já Branca Barão, palestrante e consultora do CRIE (Centro de Referência em Inteligência Emocional), em Campinas (SP), gosta de citar a fala das comissárias de bordo, que aconselham, em caso de despressurização da cabine, colocar primeiro em si a máscara de oxigênio, antes de ajudar quem estiver do lado. "Na vida é igual: se você não estiver respirando bem, não pode ajudar ninguém, nem mesmo as pessoas mais importantes. Precisamos cuidar da gente para podermos cuidar também dos demais. Isso vale, principalmente, quando falamos de pessoas tóxicas que adoram apelar para o drama ou a chantagem emocional. Aprender a falar 'não' é o único caminho para aprender a cuidar de você", sugere.

Energia para o que interessa

Pessoas tóxicas, em geral, adoram meter o bedelho na sua vida e dar opiniões que sempre a colocam para baixo e enchem sua cabeça de insegurança, tristeza e dúvidas. Segundo Branca Barão, autora do livro “8 ou 80 - Seu Melhor Amigo e Seu Pior Inimigo Moram Aí, Dentro de Você” (DVS Editora), esse é um comportamento recorrente nas famílias. "Muitos parentes têm dificuldade de ver que você se tornou adulta e continuam a tratá-la como se fosse criança ou não pudesse tomar as próprias decisões. Cabe a você dar um basta e definir a distância que é segura para que possa conviver com eles sem que interfiram na sua autonomia e maturidade", pondera.

Para Silvia Donati, coach pessoal e profissional de São Paulo (SP), o fato de estabelecer limites nos relacionamentos tóxicos faz com que a energia gasta com problematizações e angústias seja direcionada para o que interessa de verdade e para o que traz bem-estar. "Assim, nos enchemos de positividade e conseguimos progredir", fala. "Se você coloca muita energia na opinião dos demais sobre você, acaba se afastando de quem é e tentando ser, cada vez mais, o que esperam que você seja", avisa Branca.

Paz de espírito

O maior ganho que temos quando decidimos quem deve permanecer e quem deve ser bloqueado no Facebook, no WhatsApp, no Instagram e na vida é o cultivo da própria liberdade! "Com ela, vem a tão sonhada paz e o tal do equilíbrio que tanto buscamos e que muitas vezes nem sabemos o que significa direito", conta Branca. "Quando nos livramos de pessoas tóxicas, nos libertamos de todas as culpas que nos pressionavam. Com isso, deixamos de nos sentir responsáveis por tudo aquilo que nos era atribuído. Isso nos devolve a leveza de viver e sentimos nossa vida seguir em frente", completa Silvia.

Dinheiro no bolso

De acordo com a psicóloga Ellen Moraes Senra, especialista em terapia cognitivo-comportamental, do Rio de Janeiro (RJ), o consumismo desenfreado, principalmente de bobagens e coisas desnecessárias, é uma forma "torta" de driblar a ansiedade e de "fugir" de carga pesada que depositam em nós. "Pessoas tóxicas podem nos adoecer e a ansiedade excessiva não só faz parte desse adoecimento, como também nos leva a gastar em excesso como forma de alívio. Portanto, o bolso agradece se conseguirmos separar as coisas e entender até onde o problema do outro nos afeta negativamente", afirma.

Autoestima elevada

Quando nos afastamos das pessoas nocivas, também nos livramos de suas críticas daninhas que baixam nossa autoestima. "Precisamos de críticas construtivas em nossas vidas para aumentarmos a percepção de nós mesmas e, assim, manter a autoestima em alta. Entretanto, só conseguimos isso através de relacionamentos saudáveis com pessoas que querem o nosso bem e o nosso crescimento", declara a coach Silvia. Sem o peso dos "amigos" mesquinhos, invejosos ou desqualificadores, a autoestima ganha espaço para aumentar. Você também sente mais leve para investir em coisas que tragam bem-estar e alegria para sua rotina.

Saúde mental em dia

Conforme a experiência clínica de Ellen, pessoas tóxicas costumam embaralhar a nossa mente, nos fazer questionar as coisas nas quais acreditamos e muitas vezes até mesmo os nossos próprios valores. "Elas nos levam a acreditar que a razão é delas, sempre. Doce ilusão, delas e nossa, quando permitimos que isso aconteça, pois passamos a desenvolver crenças disfuncionais e distorções sobre como nossa vida deve parecer aos outros", informa a psicóloga. O resultado é que adoecemos psiquicamente, o que afeta toda a nossa rotina. Ao cortar relações ou, pelo menos, cercá-las de limites, é possível separar o que é nosso e o que pertence aos outros - dessa forma, nos livramos de aflições, culpas e até medos desnecessários.