"Precisamos de discurso mais radical", diz curadora do Fórum Diversifique

Acostumada a circular por espaços privilegiados, a ex-consulesa da França no Brasil Alexandra Loras quer mais do que ir a eventos de militância "politicamente correta". "Estou cansada de ir a eventos de diversidade com uma plateia de homens brancos que falam que diversidade é importante, mas que não fazem nenhuma mudança sistêmica", fala a consultora em entrevista à Universa.
Alexandra, então, fez a curadoria do Fórum Diversifique, patrocinado pelo UOL, realizado nesta segunda-feira (26), no Teatro Santander, em São Paulo (SP). A intenção é abrir espaço para ativistas um pouco mais "agressivos". "Estas pessoas não teriam espaço, porque o público não gosta de ouvir coisas radicais", ri a ex-consulesa. "Mas o Brasil tem potencial para ir além do politicamente correto na discussão sobre inclusão".
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Ao lado do escritório de advocacia Sicherle e da consultoria de educação corporativa Hiria, Alexandra organizou uma agenda de palestrants que inclui a advogada Raquel Preto, militante feminista que abriu sua fala dizendo que, assim como qualquer pessoa branca, é "racista, mas percebi isso e estou lutando para melhorar"; Adriana Carvalho, da ONU Mulheres; Fernando Montenegro, da Think Etnus, empresa especialista em afro-consumo, e Angélica Souza, do Santo Caos, uma consultoria de engajamento de consumidores. O evento que tem como proposta "bagunçar o sistema", de acordo com a ex-consulesa.
"Nossa geração está interessada em ter um pensamento fora da caixa. O feminismo, a militância brasileira, está passando por uma revolução muito importante", fala Alexandra. "Nós só não estamos vendo porque estamos dentro do aquário. Então, é importante bagunçar, cutucar tudo o que está aí".
Diversidade no bolso
Muito mais do que apesar "balançar as estruturas", Alexandra Loras precisa convencer empresários de que a diversidade é importante. Por isso, levou para o Fórum Diversifique especialistas para defender, com dados, que uma corporação mais diversa é mais lucrativa.
Andréa Waslander, diretora de desenvolvimento profissional da McKinsey na América Latina, foi a apresentadora do painel "A diversidade é negócio". Nele, ela mostrou dados que provam que uma empresa com diversidade de gênero possui 21% mais chance de aumentar a rentabilidade do que uma corporação menos diversa, enquanto a étnica cresce 33% a probabilidade de aumento de lucro.
"É importante promover a diversidade não somente porque é a coisa certa a se fazer mas também porque viabiliza o crescimento inclusivo e maior geração de valor", diz a executiva. "Empresas mais diversas criam produtos que falam melhor com seus consumidores".
As diferentes vivências dos funcionários também levam à inovação. "A qualidade das decisões tomadas aumenta significativamente diante do enriquecimento da discussão proporcionado por perfis diversos", complementa a executiva.
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