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10 coisas para saber se você compra celular, bolsa e brinquedo falsificados

Ser ilegal e ser perigoso para crianças são algumas das razões para não comprar produtos falsos - iStock Images
Ser ilegal e ser perigoso para crianças são algumas das razões para não comprar produtos falsos Imagem: iStock Images

Léo Marques

Colaboração para Universa

24/11/2018 04h00

Esqueça a ideia de que é "vantajoso"! Adquirir produtos ilegais, falsificados ou contrabandeados sai é caro. Além de ser contra a lei, colocar a sua segurança e a de sua família em risco e ainda gerar enormes prejuízos para o país, o meio ambiente e a humanidade como um todo.

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É ilegal e dá cadeia


O nome já diz tudo. O termo "pirata" tem relação com os marginais que praticavam assaltos por onde passavam. Hoje, a pirataria moderna é considerada o crime do século 21. Quem comercializa ou distribui produto pirata comete uma série de crimes, como violação de direitos autorais, falsificação e sonegação de impostos. E não pense que quem compra está isento de culpa, pois pode responder por crime de receptação, uma vez que está obtendo algo ilícito.

Financia criminosos e terroristas


Quem compra produtos piratas estimula, sem saber, o crescimento de facções criminosas e até terroristas. Segundo a analista política Vanessa Neumann, em seu livro "Blood Profits" (Lucros de Sangue, em português), o contrabando é a principal fonte de financiamento de máfias, incluindo organizações como o grupo Estado Islâmico. "Os mesmos agentes e organizações criminosas se comunicam e interagem", afirma.

Aumenta o desemprego


Além de impulsionar o crime organizado, a venda em massa de produtos piratas provoca queda de faturamento de empresas e comércios legais, o que resulta em falências e desemprego. Segundo a Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), as falsificações, o contrabando e a pirataria causaram um prejuízo de cerca de R$ 145 bilhões ao Brasil em 2017. Com isso, o país deixa de criar 2 milhões de empregos formais por ano.

Estimula o trabalho escravo


De acordo com o Conselho Nacional de Combate à Pirataria, quadrilhas de falsificadores também se aproveitam do tráfico de pessoas e da mão de obra escrava. Em operações de apreensão de produtos piratas, como bolsas e roupas, por exemplo, os policiais, muitas vezes, encontram adultos e crianças em condições precárias, presos a jornadas exaustivas e impedidos de sair, em razão de ameaças e dívidas com os piratas. O Brasil tem hoje 369 mil pessoas em regime escravo, segundo o relatório Índice Global de Escravidão 2018.

Explora os animais


Em todo o Brasil, existem mais de 300 centros comerciais cadastrados para a venda de animais silvestres criados em cativeiro. Os bichos saem desses locais com nota fiscal e, em geral, um chip de rastreamento. Porém, muitos compradores ainda preferem à biopirataria, que custa, por ano, a retirada de 38 milhões de animais silvestres da natureza, dos quais menos de 4 milhões sobrevivem. Segundo o Ibama, em volume de movimentação, o tráfico de animais no Brasil só perde para o de drogas e armas.

Coloca crianças em perigo


Brinquedos falsos não passam por testes de qualidade e por isso são reprovados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). O instituto adverte que oferecer um produto desse tipo a criança é colocá-la em situação de perigo, pois há riscos de perfuração, além de sufocamento e engasgo com pequenas peças, que nesses casos se soltam com facilidade, e de intoxicação por chumbo, presente na maioria das tintas baratas e usadas para colorir brinquedos piratas.

Provoca acidentes


Até mesmo adultos podem sofrer sérios danos. Aparelhos eletrônicos falsificados, por exemplo, podem explodir e até provocar incêndios. Em 2017, o quarto de um hotel em Penha, no litoral norte catarinense, pegou fogo e gerou um prejuízo de mais de R$ 15 mil depois que um carregador de celular falsificado superaqueceu enquanto era carregado na tomada. Tão perigosas quanto são as peças automotivas piratas, como rodas, rolamentos e sistemas de suspensão, que podem falhar com o veículo em uso.

Prejudica a saúde


No caso dos calçados, modelos falsificados falham no amortecimento, prejudicando articulações, calcanhares, joelhos e coluna. Já as bebidas vendidas em camelôs ou em semáforos geralmente são adulteradas ou produzidas com substâncias tóxicas. Até mesmo os medicamentos vendidos em feiras, bancas, internet e até em farmácias pequenas merecem atenção. Segundo a Organização Mundial de Saúde, um quinto dos medicamentos comercializados no Brasil são ilegais e 700 mil pessoas no mundo morrem todos os anos devido ao seu uso.

Expõe informações pessoais


Com a popularização de serviços de streaming, a pirataria de músicas e vídeos freou. Mesmo assim, o internauta brasileiro ainda acessa redes e sites duvidosos para baixar filmes, séries e outras mídias de forma ilegal. Somente em 2016, o número de visitas mensais a essas plataformas chegou a 135 milhões, segundo dados do instituto Ibope Repucom. A consequência disso é a invasão de milhões de computadores por vírus e hackers, após realizações de cadastros, download de legendas, de plug-ins e até mesmo ao se clicar em anúncios.

Não oferece garantia


Por não respeitar requisitos de qualidade técnica, o produto pirata não oferece garantia, durabilidade e muito menos assistência técnica a seu comprador. Em se tratando de acessórios de eletrônicos, por exemplo, as versões piratas podem custar até mais baratas que as originais, mas não contam com o suporte do fabricante e podem colocar em risco o funcionamento de aparelhos bem mais caros. Vale a pena arriscar?

Fontes: Livro Blood Profits, de Vanessa Neumann; Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF); Ibama; Inmetro; Conselho Nacional de Combate à Pirataria; Índice Global de Escravidão 2018; Organização Mundial de Saúde (OMS); e Ibope Repucom