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Ela criou uma terapia para ajudar a mulher a se conhecer (e gozar) melhor

Mariana Stock, 34, fundadora da Prazerela - Divulgação
Mariana Stock, 34, fundadora da Prazerela Imagem: Divulgação

Marcos Candido

Da Universa

16/11/2018 04h00

A curitibana Mariana Stock, 34, desenvolveu um método para estimular mulheres a gozar -- e uma das soluções para isso é fazê-las principalmente se conhecerem melhor.

O método foi chamado de “terapia orgástica” e funciona em etapas. Primeiro, a mulher é convidada a partilhar temores e desejos sobre a própria sexualidade a uma terapeuta -- seis mulheres trabalham com ela. Nas sessões seguintes, entram em cena os carinhos no corpo todo e exercícios de respiração. A intenção é inspirar e expirar até acalmar o corpo. Caso a cliente se sinta confortável, por último vem uma massagem no clitóris para alcançar o orgasmo.

Nada de terapia de casal: a mulher passa pela experiência sozinha. “A intenção é descobrir a própria sexualidade. Ter acesso ao nosso corpo é um tabu, e aqui elas falam e refletem sobre os próprios desejos. Só então, após conversar com naturalidade sobre a vida com outras mulheres, é que ela é convidada a fazer a experimentação física”, diz.

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Formada em publicidade e psicanálise, Mariana é uma ex-executiva de marketing de uma grande empresa em São Paulo. Em 2016, abandonou a carreira para estudar o comportamento humano por meio da sexualidade.

Desde fevereiro de 2017, ela passou a ministrar oficinas e palestras sobre sexualidade feminina na cidade e pelo Brasil. No final do mesmo ano, inaugurou o espaço físico da "Prazerela", onde são oferecidos cursos e terapia orgástica na zona oeste da capital paulista. Todas as terapeutas da empresa são do sexo feminino para deixar a mulher mais à vontade.

Uma nova visão 

Mariana sabia que o método mais tradicional para alcançar o orgasmo e autoconhecimento eram a terapia e a massagem tântricas. A técnica de origem oriental carrega preceitos como o equilíbrio das energias corporais para curar traumas a falta de libido. Marina acredita que a prática caiu no modismo e que era preciso construir alternativa “laica”, que não envolvesse filosofias espirituais, religiões ou doutrinas.

Mariana Stock - Divulgação - Divulgação
Ex-executiva mudou de carreira para estudar a sexualidade humana
Imagem: Divulgação

“Sou cética. Prefiro tirar a associação do prazer feminino à ordem do místico, do inexplicável. O gozo -- ou a falta dele -- da mulher é fruto da autoestima e travas ao próprio corpo que foram construídas por séculos de uma sociedade patriarcal. Outro motivo é que pensar esta questão mística pode excluir mulheres que não acreditam em chacras, por exemplo”, diz. “Além disso, já vi até gente no Tinder oferecendo massagem tântrica”.

'Uma jornada de autoconhecimento'

Segundo Mariana, a massagem da terapia orgástica é somente feita com óleo de coco e um vibrador específico para massagear o clitóris.

“A terapia orgástica é uma jornada de reflexão para as mulheres. Enquanto outras terapias do tipo ensinam a mulher a ser seduzida e sentir atração, aqui, propomos, por meios de conversa e cursos, que consigam identificar o que elas mesmas desejam. Elas não chegam aqui apenas para uma ‘gozadinha’", conclui.