Criadora de dildo de madeira estimula uma nova maneira de se dar prazer
Ao manusear pequenas peças de madeira que um amigo produzia para vender como brinquedo para crianças, a artista plástica Guga Szabzon teve uma reação inusitada: “Dá vontade de colocar lá dentro”, disse, levando o colega às gargalhadas. Ela também deu risada do próprio comentário mas, logo em seguida, sugeriu ao amigo, o também artista plástico Taygoara Schiavinoto, que eles pensassem em produzir dildos a partir daquele material. “Por que não? Achei macio, suave no toque, e elegante”.
Depois de várias lixações em pedaços de madeira e alguns testes feitos por Guga e pela namorada de Taygoara, os dois chegaram em formatos que lhes pareceram mais agradáveis e, assim, criaram a marca Ápice, de objetos eróticos de madeira.
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Soa estranho para quem nunca pegou um na mão. Mesmo de madeira, é agradável ao tato. Não vibra, é verdade, mas segundo uma das fundadoras da Ápice, o objetivo nem é esse. “É causar outras sensações. A madeira, diferentemente do plástico e do silicone, muda de temperatura e tem um toque diferente”, diz Guga.
A elegância dos objetos, que parecem decoração, também tornam a experiência diferente. Nada de veias artificiais ou reproduções toscas de glande e prepúcio. Um dildo da Ápice é liso, arredondado e bem lixado - são cerca de dez lixações para chegar no núcleo macio da madeira. Nesse processo, o objeto também é banhado com óleo de coco para impermeabilizar.
O resultado de fazer uma peça bonita, segundo Guga, é levar o assunto da masturbação feminina para a sala de estar. Literalmente: ela jura que algumas de suas clientes dizem preferir deixar o objeto à vista a guardá-lo em uma gaveta do criado-mudo, onde normalmente são acomodados os brinquedos eróticos. E metaforicamente: as formas delicadas abrem caminho para que o tema seja abordado sem agressividade. "Minha tia, que já passou dos 60 e com quem nunca havia falado sobre sexo, comprou um e depois veio me dizer que achou 'uma delícia'."
Vendildo!
A produção é artesanal e cada lote tem de sete a dez dildos. Não há frequência fixa de fabricação. As vendas são feitas pela página da marca Ápice no Instagram. E, quando lançados, os dildos de cada leva não demoram nem um dia para serem vendidos. O preço varia de R$ 300 a R$ 450.
A orientação é que as peças sejam hidratadas com óleo de coco - inclusive é esse o produto indicado para lubrificação na hora do uso. Nada de lubrificante de farmácia: a substância resseca a peça. Está liberado lavar com água e sabão, já que as peças são impermeabilizadas.
E funciona?
Os dildos da Ápice precisam de um pouco mais de dedicação que os vibradores convencionais, já que não tremem em várias velocidades e oscilações diferentes como os convencionais. “Os vibradores, normalmente, são feitos para fazerem a mulher gozar rápido”, diz Guga, e complementa: “O que não significa que não sejam bons, pelo contrário, são maravilhosos. Mas nossa proposta é outra: ir com calma, passar o objeto pelo corpo e descobrir uma maneira própria de se dar prazer.”
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