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Astrologia empresarial: a ferramenta pode ajudar empresários a se darem bem

Ana Bardella

Colaboração para Universa

04/10/2018 04h00

Se você acompanha astrologia, é provável que já tenha checado as previsões de horóscopo nos últimos dias. Mas consegue imaginar um executivo usando essa ferramenta para tomar decisões sobre produtos, serviços e até sobre a equipe na qual ele exerce liderança?

Para muitas pessoas é difícil fazer essa associação. Isso porque os assuntos que costumam despertar mais curiosidade dentro do mundo astrológico têm relação com a vida pessoal e amorosa – economia e negócios ainda são abordados em menor escala.

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“Parte disso decorre do preconceito: muitas vezes a astrologia está ligada à ideia de adivinhação, quando na verdade se trata de uma interpretação simbólica”, ressalta Patricia Ungarelli, astróloga e coach. A profissional ressalta que, ao contrário de algumas práticas, como bola de cristal ou leitura de mão (nas quais o foco é prever o futuro), a astrologia se baseia em cálculos matemáticos para fazer prognósticos – ou seja, apontar tendências ou probabilidades. 

Cintia Prado, astróloga, reforça a importância do signo solar (aquele que classifica as pessoas como taurinas, geminianas, librianas...) mas defende que se trata de uma área complexa e que, para ser eficaz, é preciso ser individualizada. Como? Através do estudo do mapa natal – uma “fotografia” de como os astros estavam posicionados no momento do nascimento de cada pessoa. “Nele estão representadas todas as áreas da vida divididas em doze casas. Algumas falam sobre dinheiro, outras sobre comunicação e há aquelas que indicam tendências comportamentais sobre trabalho, carreira e propósito de vida”, explica.

O primeiro passo

As duas profissionais concordam que o ponto de partida para iniciar uma consultoria astrológica para fins de negócio é fazendo o estudo do mapa natal da pessoa interessada no serviço. São levantados prognósticos sobre diferentes assuntos: desde a maneira de se relacionar com os colegas de trabalho até a forma como a pessoa lida com os recursos materiais e organiza sua rotina. De forma integrada, também são listados os possíveis talentos e até os desafios que poderão ser enfrentados. Por isso ele é usado como uma ferramenta de autoconhecimento. 

“Foi uma transformação de vida”

Amanda Alves Ramos tem 28 anos e é formada em arquitetura. Aos 25, realizou o sonho de abrir o próprio escritório. “Fiquei muito feliz, mas depois comecei a questionar se realmente gostaria de passar tanto tempo ali, sentada em frente à um computador”, confessa. Foi durante uma reunião com as amigas que tudo mudou. “Falamos sobre os nossos problemas e, em determinado momento, chegamos ao assunto sexualidade. Foi quando eu abri uma maleta e mostrei meus acessórios”, relembra. Incomodada pela maneira vulgar como tema costuma ser tratado, Amanda decidiu criar, em conjunto com a amiga Bruna, a Mxria e João Boutique Íntima, onde revende produtos eróticos e oferece cursos sobre sexualidade. 

Em meio ao processo de transição, ela procurou um astrólogo. “Tinha medo de ouvir algo ruim sobre o futuro. Mas, ao fazer meu mapa astral, tomei consciência de características que jamais havia percebido, como a capacidade de liderança e uma comunicação apurada”, conta. A partir dessa nova visão, ela e a sócia decidiram se aprofundar nos estudos e desde então são empreendedoras nesse nicho. “Foi um divisor de águas”, garante.

Calendário de negócios

Uma vez que os aspectos do mapa natal foram analisados, outros serviços podem ser contratados. “É possível fazer um plano de desenvolvimento de carreira, uma assessoria ligada às decisões do líder ou sinastria (comparação dos mapas de nascimento) entre os membros de uma equipe a fim de melhorar o relacionamento entre os envolvidos”, exemplifica Patricia. Tudo varia de acordo com a necessidade de cada cliente: levando em conta o mapa pessoal e os posicionamentos do céu no momento, são apontadas as melhores datas para assinar acordos, fazer um evento de divulgação, contratar um funcionário ou postar nas redes sociais. 

Cintia, que antes de ser astróloga já trabalhava com recrutamento de pessoas, pontua que a ferramenta também pode ser usada como auxiliar para as contratações. “Primeiro é preciso avaliar a competência e adequação para o cargo. Depois, se dois ou mais candidatos estiverem no mesmo nível, é possível usar o mapa como um dos critérios de decisão”, diz. E isso, ao contrário do que pode parecer, não é deixar de trabalhar com alguém por essa pessoa pertencer a um determinado signo. “O mapa evidencia algumas das características pessoais. A partir de então, é preciso considerar as impressões da entrevista para enfim decidir se o candidato está apto”, complementa.

“Fico mais tranquila”

Uma das clientes de Patricia é Maristela Duarte Saita, de 32 anos. Durante uma década ela trabalhou como executiva na indústria têxtil. Ao se perceber insatisfeita, passou a estruturar a própria marca, Mais Mar, de moda praia e fitness. “Optei por fazer um coaching astrológico e os resultados foram muito positivos”, opina. Ela conta que recebeu orientações sobre os dias mais favoráveis para realizar diversas atividades – uma delas o próprio evento de lançamento. “Entrei em um dilema porque um dos dias estava próximo demais e o outro seria só dali três meses”, diz. Acabou optando pela primeira data, mesmo que 20% da sua coleção ainda não estivesse pronta. Não se arrependeu: “Superou minhas expectativas porque foi um sucesso”. A empresária diz ainda que passou a ficar alerta nos períodos considerados desfavoráveis e encará-los com mais tranquilidade.