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Paguei para transar: elas contam suas experiências com garotos de programa

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Imagem: Getty Images

Carolina Prado

Colaboração para Universa

24/05/2018 04h00

Para transar sem precisar investir na conquista, essas mulheres toparam contratar garotos e garotas de programa. A seguir, contam os prós e contras dessa escolha.

"Foi tão bom, que nos encontramos outras vezes"

“Eu estava em um momento difícil do meu casamento, com baixa autoestima e muito carente. Fui a uma boate e conheci um rapaz de boa aparência, jovem, culto e até um pouco tímido. Depois que já estávamos conversando há um tempo, ele me contou que era garoto de programa. Foi uma oportunidade que apareceu e eu simplesmente agarrei, estava muito insatisfeita sexualmente. E foi tão bom que depois nos reencontramos mais duas vezes.

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Naqueles momentos em que estava com ele, me sentia única, ouso dizer que ele foi romântico e muito carinhoso. Valeu cada centavo o serviço e ele cobrou R$ 200 por uma hora mais o motel. O bom é que ali não havia hipocrisia, ele não estava comigo para me julgar, estava disposto a realizar meus desejos e eu estava disposta a pagar. Simples assim! Na época, eu não estava em busca de paqueras ou outro tipo de envolvimento.

Era sexo e, na cama, ele parecia ler meus pensamentos, sabia o que estava fazendo o tempo inteiro, cada toque era no devido lugar, ele anulava as vontades próprias para me satisfazer. Alguns homens comuns não se importam, buscam o próprio prazer, em minutos, e deixam as companheiras insatisfeitas em todos os sentidos, trazendo muitas frustrações. Para mim, a única desvantagem desses nossos encontros foi que duraram pouco!” (Pamela Borges*, 36 anos, engenheira)

"Sem culpa, sem preconceitos"

“Eu havia terminado um relacionamento que durou nove anos e, como comecei a namorar bem novinha, não tinha experiência nenhuma com outras pessoas. Meu círculo de amigos é 99% formado por homens e um amigo resolveu comemorar o aniversário dele em um desses ‘drinks bar’ que tem na Avenida Augusta, em São Paulo.

Depois de beber muito (e de usar algumas outras coisas também), eu comecei a conversar com uma das garotas que trabalhava lá, perguntei coisas do cotidiano e, do nada, chegamos no assunto preferências sexuais. Eu disse que até o momento eu era hétero e não tinha interesse em garotas. Aí ela chamou um colega que fazia programas para mulheres e fomos conversando sobre... Na hora, eu me vi em uma encruzilhada, sabe? Tenho minhas convicções sobre prostituição e tudo mais.

Até cheguei a comentar com o rapaz, e ele só avisou que faria o que eu quisesse, que era R$ 100 o programa completo e que ficaria no bar. Se eu mudasse de ideia, era só chamar. Um amigo chegou perto de mim e ficou incentivando, disse que abriria meus horizontes. E, realmente, naquela época eu não queria ninguém para um relacionamento sério. Então, eu chamei o cara, ele me pagou um drink e nos beijamos. Passou um tempo e fomos para o quarto. Paguei antecipado e ele avisou que não fazia fetiches nem BDSM.

Na cama, foi uma experiência bem intensa, porque não tinha aquela responsabilidade que recai em cima da mulher, ele ficava me perguntando o que eu queria ouvir, o que eu tinha vontade de fazer e foi conduzindo tudo. Me senti no controle e foi ótimo! Eu tive a oportunidade de pensar sobre o que eu realmente curtia na cama e de trocar experiências.

Sem culpa, sem preconceitos. É muito doido ter alguém à disposição para te satisfazer sem pedir nada em troca, sem ter que se preocupar em chupar de volta ou fazer o cara gozar. Depois disso, ainda voltei ao local mais uma vez, mas não achei nenhum cara que me instigasse a ponto de rolar novamente.” (Ana Claudia Muraro*, 29 anos, assistente de marketing)

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Imagem: Getty Images

"Só queria transar, sem ter que falar da minha vida"

“Paguei porque estava a fim de transar sem gastar energia com a conquista. Entrei em um site de prostituição e escolhi, por foto, o homem que mais me agradava fisicamente. A minha única preocupação era que o escolhido fosse fiel àquela imagem que aparecia na internet.

Na época, eu estava solteira, então, pesquisei e, depois, fiz a negociação toda por telefone. Me custou R$ 250 com transporte incluído, transamos na minha casa.

Para mim, o sexo foi normal, nada de incrível ou espetacular. Mas, mesmo assim, valeu a pena, eu só queria transar sem ter que ficar falando nada sobre a minha vida para uma outra pessoa.

Assim que passou, eu contei para as minhas amigas, elas riram muito e algumas ficaram em choque. Mas eu acho que é uma boa saída para ter sexo casual sem fazer esforço algum. A vida é uma só e não vale a pena deixar de fazer algo por medo ou vergonha. Para mim, a única desvantagem é o risco de pegar alguma doença, mesmo com preservativo eu fiquei um pouco preocupada com isso.” (Iasmine Juraí*, 30 anos, esteticista)

"Me senti humilhada por pagar, mas ela foi paciente"

“Fiz sexo com uma garota de programa, pois sou lésbica. Na primeira vez, estava sem nenhum contatinho disponível, em um domingo à tarde, e resolvi experimentar. Busquei a garota pelo Google e, depois, fiz contato pelo WhatsApp. Pedi para ela mandar fotos normais, sem produção. E paguei R$ 800 o pacote de um dia mais o dinheiro do motel.

Mesmo assim, foi difícil achar uma garota que transasse só com mulher, a maioria só topa sair com casais. A minha primeira tentativa não foi muito boa, eu só consegui conversar com a prostituta. Da segunda vez, fomos para um motel e ela tentou me seduzir, mas foi meio difícil até que eu conseguisse dar um beijo nela.

Me sentia meio humilhada por ter que pagar, mas ela foi bem paciente e conversamos bastante. Beijamos, transamos e ela fez sexo oral em mim. A transa, em si, não foi nada demais, ela não fez nada que as outras mulheres não façam. Mas acho que o fato de eu não ter conseguido me sentir à vontade influenciou bastante.

Por isso, acho que só vale a pena contratar o serviço se a cabeça estiver boa e livre de preconceitos. No meu caso, eu não lidei bem com a história e minhas amigas mais próximas ainda ficaram questionando as razões dessa minha decisão.” (Marta Bueno*, 26 anos, publicitária)

* Os nomes foram trocados a pedido das entrevistadas