Excesso de masturbação é uma das causas da ejaculação retardada; entenda

Você já deve ter ouvido falar de ejaculação precoce, que é quando o homem goza entre 1 e 2 minutos após a masturbação ou penetração, mas e em ejaculação retardada?
Para quem não sabe, é um tipo de disfunção sexual caracterizada pela vontade do cara em querer gozar, mas não conseguir. Porém, para ser tratado como um problema, esse sintoma precisa persistir por meses e exceder mais de 20 minutos após a estimulação.
Veja também
- O sexo acaba quando os homens gozam?
- Homens também fingem orgasmo
- Kama Sutra: 7 posições para o prazer da mulher
É tempo demais se comparado à média indicada pelos estudos mais recentes, que classifica a ocorrência de uma ejaculação após 5 minutos de excitação intensa.
“De 3% a 8% dos homens sofrem desse atraso, que pode ser definido como um transtorno do orgasmo masculino (TOM)”, explica o médico urologista Christian Friedrich Fuhro, da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
É um problema que atinge homens de todas as idades, do início da vida sexual até o fim dela.
Excesso de masturbação é uma das causas
Segundo outro urologista, Júlio Bissoli, do Hospital das Clínicas de São Paulo, não alcançar o orgasmo ou demorar demais para atingi-lo pode ter a ver com diversos fatores, como envelhecimento, doenças, problemas psicológicos e emocionais e até hábitos pouco saudáveis, como a masturbação excessiva, que pode provocar a diminuição da sensação de prazer e a perda de sensibilidade do pênis.
“Geralmente, o transtorno está relacionado a baixos níveis hormonais, infertilidade, perda de sensibilidade genital, efeitos colaterais de medicamentos, estresse, ansiedade, depressão e até hiperestimulação peniana”, comenta o médico.
Questionado sobre quais tipos de medicamentos retardariam a ejaculação, Júlio aponta os antidepressivos e drogas psiquiátricas, como paroxetina, fluoxetina e dapoxetina. “Esses remédios são inibidores da receptação de serotonina (substância responsável pela sensação de bem-estar e prazer)”.
Christian complementa afirmando que diabetes, traumas emocionais, como abuso sexual na infância, conflitos com a própria sexualidade e problemas de relacionamento podem estar envolvidos. Por isso, segundo ele, é importante que se identifiquem todos os fatores, pois dificilmente o problema se origina de uma única causa.
Quanto à demora em ejacular após um dia cansativo ou durante uma semana de intensos estudos é completamente aceitável. Porém, se suspeitar de algo, procure um médico.
Insatisfação sexual, medo e outros problemas
Se não tratada, a ejaculação retardada pode afetar, além da vida do paciente, a de sua parceira sexual, comprometendo a qualidade do relacionamento e até planos de casal.
“Quem não ejacula não engravida. Fora que o retardo na ejaculação gera estresse e impaciência durante a relação sexual”, comenta Júlio, lembrando que, com a demora, a mulher pode ainda perder a lubrificação ideal para a transa e sentir-se desconfortável.
Em casos mais sérios, o sintoma também pode gerar transtornos de ansiedade e de ereção no homem (que quer ter orgasmo e não consegue) como traumas na parceira por não associar mais a ideia de sexo à sensação de prazer.
“Outros se sentem tão inibidos e envergonhados, que, se a outra parte tentar estimulá-los com algum conteúdo erótico, acreditam que ela só obtém orgasmo em fantasias com outras pessoas”, comenta Patrícia Bader, psicóloga do Hospital São Luiz, sobre pensamentos disfuncionais que só agravam o quadro.
Se o homem for solteiro, pode ainda não desenvolver relacionamentos íntimos e duradouros e acabar optando por relacionamentos virtuais, que podem melhorar ou agravar o interesse pela prática sexual.
Mão amiga, medicamentos e terapia podem ajudar
Se a causa do problema for excesso de masturbação, que desacostumou o cara ou o inibiu a querer ejacular por penetração, o gozo pode acontecer mais naturalmente se o toque for reduzido ou praticado com a ajuda da parceira.
Caso as doenças e os transtornos fisiológicos sejam os motivos, o indicado é tratá-los e reverter os sintomas do retardo com reposição hormonal e medicamentos de suporte, inclusive psíquicos, mas que não causem efeitos colaterais similares. O consumo, em excesso, de bebidas alcoólicas também deve ser evitado.
“Se o problema não tiver causa aparente ou for intratável, a psicoterapia é o mais aconselhável”, orienta o urologista Júlio Bissoli.
Na terapia é possível retomar o histórico da vida do paciente que contribuiu para a construção do sintoma atual, além de explorar os aspectos inconscientes que o sustentam e as melhores maneiras de enfrentá-lo.
“Quando a terapia é de casal há ainda a possibilidade de o psicólogo compreender a dinâmica e o sintoma conjugal”, comenta Patrícia.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso do UOL.