Representação feminina é poderosa na arte brasileira, diz Fernanda Feitosa
Em 2005, quando criou a SP-Arte, Fernanda Feitosa ainda sabia pouco sobre o mercado da venda de obras. Antes advogada, ela acabava de voltar de um período morando no exterior e estava determinada a trabalhar com o que gostava realmente.
"Eu gosto muito de arte, de artistas, tenho uma coleção e até meus tios são artistas. Quando voltei, estava decidida", diz ela, que durante o período sabático visitou diversas feiras nos mesmos moldes fora do Brasil.
Hoje, Fernanda é a responsável pelo evento que começou com cerca de 6 mil visitantes e recebe atualmente em torno de 30 mil pessoas por edição. O número de galerias também aumentou vertiginosamente e passou de 41 expositores para 131 - 97 brasileiros e 34 internacionais. Obras de Lygia Pape, Lygia Clarke, Iberê Camargo, Tunga, Mira Shendel e de artistas de fora como Ai Wei Wei e Damien Hirst, entre outros, estarão na feira deste ano.
"Pra gente crescer o mercado de arte temos que falar com esse público maior, independentemente desse público ter o poder aquisitivo imediato para comprar a obra. Estamos trabalhando por uma formação cultural do cidadão brasileiro em outro plano. Essa mudança é geracional e não vai acontecer da noite para o dia", explica.
Além de mudanças na estratégia de divulgação do evento para atingir pessoas que não necessariamente circulam no mercado da arte, mais de 5 mil convites são distribuídos em escolas públicas e particulares.
Se em número de artistas e operadores do mercado as mulheres ainda estão em desvantagem, elas se destacam em valores de vendas de obras. As artistas Adriana Varejão e Beatriz Milhazes, que têm trabalhos na feira deste ano, são algumas das recordistas de preços em leilões internacionais.
"O mercado, como quase todos os outros, é mais masculino sim. Mas nós temos uma representação feminina muito poderosa no Brasil. Também temos muitas artistas novas surgindo e várias galeristas. A Luisa Strina, a Raquel Arnaud, a Luciana Brito", diz Fernanda citando algumas das mais importantes donas de galerias do Brasil.
A feira traz peças que vão de R$ 1 mil até mais de 1 milhão. "Procuramos ter todo espectro de obra. Temos múltiplos, peças objeto a obras de mais de R$ 1 milhão. Se a gente consegue entender que uma Frida Kahlo vale milhões de dólares, a gente tem que entender que artistas modernos brasileiros consagrados e que já morreram tenham uma valorização semelhante", explica Fernanda sobre os altos valores das obras.
SP-Arte
Quando: De quinta (12) a sábado (14) das 13h às 21h e domingo (15), das 11h às 19h.
Onde: Pavilhão da Bienal
Quanto: R$ 45 para um dia e R$ 80 para dois
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