Estrela de ensaio só com negros, Naomi evita polêmica política e racial
“Alice no País das Maravilhas” é um dos contos mais famosos da história. E em 2018, no Calendário Pirelli, o clássico de Lewis Carroll ganhou o reforço de uma estrela da moda: Naomi Campbell. A história foi inspiração para a edição Tim Walker, renomado fotógrafo britânico, e tem a modelo como uma das principais atrações.
Essa é a 4ª aparição de Naomi no conceituado ensaio fotográfico. E a escolha do tema tem relação direta com a vida da supermodelo.
“Era uma das minhas histórias preferidas quando eu era criança. Todo Natal eu assistia na TV. Tudo era uma fantasia, eu lia livros e via filmes também na escola. Conheci muitas versões. E definitivamente marcou a minha infância”, disse ela em entrevista durante a semana de lançamento do Calendário em Nova York, nos Estados Unidos.
Para realizar “Alice no País das Maravilhas”, Tim Walker e Pirelli escalaram um time de 18 celebridades, todas negras. Mas não foi a primeira vez. Em 1987, na estreia de Naomi para a marca italiana, outro britânico, Terence Donovan, retratou cinco mulheres negras, entre elas, a escritora e ativista Waries Dirie.
“Eu fiz aos 16, 20, 30 e agora, aos 40. Na primeira vez, também foi icônico, eu estava com um grupo só de mulheres negras. Eu era tão nova que tive que pedir permissão para minha mãe e também para entender aquilo.”
Política e racismo
O Calendário de 2018 foi produzido em meio às discussões raciais atuais que envolvem, principalmente, o presidente americano Donald Trump. Sobre esse assunto, Naomi Campbell evitou entrar em polêmicas.
“Você escolhe o que pensar. Para mim essa [Alice no País das Maravilhas] é uma história de fantasia que pode ser interpretada de muitas formas. Sou aberta, não discrimino ninguém. Fiz muitas coisas em 31 anos de carreira por todo mundo e uma coisa que nunca podem falar sobre mim é que estou de um lado, porque eu não estou. Eu compartilho amor, é o que faço.”
Quando questionada se o fato de a edição do ensaio ter apenas negros passaria alguma mensagem para o mundo, Naomi apenas vê com naturalidade.
“A gente pensa que tem que ser sempre com pessoas brancas, mas não é verdade. Precisamos estar em 2017 para isso acontecer e pensarmos: poxa, poderia ser com negros. Isso é um limite da nossa mente, mas a minha não tem limites. Não importa se é preto, branco ou laranja: o que eu quero, eu posso!”
*A repórter viajou a convite da Pirelli.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.