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A semana: ministra sem noção, feminicídio, Kevin Spacey e Angela Merkel

Do UOL, em São Paulo

05/11/2017 04h00

Os acontecimentos, as pessoas e as iniciativas que fizeram barulho nesta semana, impactando a vida e o olhar das mulheres.

Violência contra a mulher

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgou que 4.657 mulheres foram assassinadas em 2016, resultando em uma morte a cada duas horas. O Estado campeão de mulheres assassinadas, considerando proporcionalmente sua população, foi Mato Grosso do Sul: foram com 7,6 a cada 100 mil habitantes. O número é quase 23% maior do que o de 2015.

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Imagem: Getty Images

Raspando o cofrinho

Com duas medidas provisórias, o presidente Michel Temer conseguiu ampliar a previsão de receitas em R$ 14,5 bilhões no orçamento de 2018. A primeira foi adiar o reajuste dos servidores públicos federais para 2019. A segunda determinou que os fundos de investimentos exclusivos fechados passem a ter regime de tributação semelhante ao dos demais fundos, pagando assim mais impostos.

A mais poderosa do mundo

Angela Merkel, a chanceler federal alemã, aparece pela sétima vez consecutiva no topo da lista das 100 mulheres mais influentes do mundo, segundo a revista Forbes. "Neste ano, Merkel venceu uma eleição acirrada que marcou a entrada do partido [populista de direita] Alternativa para a Alemanha (AfD) no Parlamento alemão", disse a publicação em comunicado.

Angela Merkel, chanceler federal alemã - AFP - AFP
Imagem: AFP

Fora do armário oportuno

Em meio a acusações de tentar forçar o ator Anthony Rapp, então com 14 anos, a fazer sexo, o também ator Kevin Spacey assumiu ser homossexual. A declaração sobre a orientação sexual foi recebida como oportunismo e pegou caiu muito mal. A ponto de a Netflix anunciar o cancelamento de "House of Cards", série da qual Spacey é protagonista, após a sexta temporada.

Kevin Spacey - Getty Images - Getty Images
Imagem: Getty Images

Salário mínimo encolhendo

O governo alterou a projeção de salário mínimo para R$ 965 em 2018, mas o valor definitivo só será conhecido no fim do ano, quando houver o fechamento da inflação de 2017. Em abril, a projeção apontava um valor de R$ 979.

Dinheiro - iStock - iStock
Imagem: iStock

Regulamentação de apps de transporte

Por 46 a 10, os senadores aprovaram o texto-base da lei que regulamenta o serviço de transporte por meio de aplicativos como Uber, 99, Cabify e Easy. O projeto de lei votado foi uma versão suavizada do 28/2017, que praticamente inviabilizava os apps. Por ter sofrido muitas alterações, o documento terá de passar por nova votação na Câmara. A emenda mais polêmica aprovada pelos senadores retira do município a possibilidade de regulamentar (e autorizar ou não os aplicativos), deixando apenas a fiscalização sobre a plataforma.

Seis meses de gancho

Está em vigor desde 1º de novembro o novo prazo para perda de CNH (Carteira Nacional de Habilitação). Quem estourar os 20 pontos em multas de trânsito ficará seis meses sem o documento. Antes o prazo era de um mês. O aumento da punição ocorre em um momento de alta no número de motoristas infratores no Estado de São Paulo. Entre janeiro e setembro deste ano, 424.625 motoristas entregaram a CNH por excesso de multas. No mesmo período de 2016, foram 377.341. O aumento é de 12,5%.

Ministra sem noção

Um pedido da ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois (PSDB), ao governo repercutiu mal esses dias. Ela solicitou acumular seu salário com a aposentadoria como desembargadora, o que faria com que recebesse R$ 61 mil por mês, quase o dobro do limite legal para a remuneração de servidores. No pedido, Valois afirmou que deixar de receber pelo trabalho realizado "se assemelha a trabalho escravo". Após críticas pesadas da internet e de representantes dos setores de Direitos Humanos, a ministra voltou atrás e comunicou desistência da solicitação.

Luislinda Valois - Alan Marques/Folhapress - Alan Marques/Folhapress
Luislinda Valois, ministra de Direitos Humanos
Imagem: Alan Marques/Folhapress

Terror em Nova York

16 anos após o ataque terrorista de 11 de Setembro, Nova York foi surpreendida com outro atendado, reivindicado pelo Estado Islâmico e tratado como terrorismo pelo FBI. Na última terça-feira, 31, uma camionete atropelou ciclistas na região do memorial do World Trade Center, em Manhattan. Entre as vítimas fatais estão cinco argentinos, uma belga e dois cidadãos americanos.

Crime com contornos de feminicídio

Na quinta-feira, 2, Kelly Cristina Cadamuro, 22, foi encontrada morta, seminua, com as mãos amarradas e marcas de estrangulamento. O crime brutal com contornos de feminicídio está sendo investigado e conta com três suspeitos, presos na sexta-feira, 3. Cadamuro desapareceu depois de combinar uma carona pelo WhatsApp. Um dos suspeitos detidos tem dois mandatos de prisão expedidos e passagem pela polícia por roubo, estelionato e lesão corporal enquadrada na Lei Maria da Penha.

A polêmica Butler

Judith Butler, professora da Universidade Berkeley, na Califórnia, e uma das principais teóricas dos estudos de gênero no mundo, participa do seminário "Os Fins da Democracia", que será realizado no Sesc Pompeia, em São Paulo, entre os dias 7 e 9 de novembro. Mas a notícia só começa aí. Por causa da vinda ao Brasil, Butler foi alvo de uma campanha virtual organizada por Alexandre Frota, o que fez com que a página do Facebook do Sesc Pompeia recebesse uma avalanche de avaliações negativas. Em seguida, uma petição online foi criada pedindo o cancelamento da visita da teórica — o que não aconteceu. Fiquemos de olho nos próximos capítulos.

Judith Butler, filósofa  - Alexandre Gonçalves Jr / Sesc São Paulo - Alexandre Gonçalves Jr / Sesc São Paulo
Imagem: Alexandre Gonçalves Jr / Sesc São Paulo