O que os anticoncepcionais têm a ver com a queda de cabelo?

Prevenir gravidez e auxiliar o tratamento de doenças hormonais, como a síndrome ovário policístico, estão entre as maiores justificativas para o uso de pílulas anticoncepcionais. Para atingir o primeiro objetivo, o DIU (Dispositivo Intra-Uterino) de cobre ou com hormônio e o implante subdérmico também funcionam. Mas você sabia que todos esses métodos podem ter impacto direto na saúde do seu cabelo? Este é mais um dos efeitos colaterais de métodos contraceptivos hormonais e que, por isso mesmo, não devem ser usados sem prescrição médica.
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De acordo com Marisa Teresinha Patriarca, ginecologista e pesquisadora do Departamento de Ginecologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), a influência em relação aos fios não acontece para todas as mulheres. É preciso ter predisposição genética à alopecia androgenética, a temida calvície feminina, que provoca o afinamento do cabelo ao longo do tempo.
"A mulher pode nunca ter notado queda, mas quando toma determinado tipo de anticoncepcional, ele começa a cair. Isso acontece porque temos os hormônios masculinos limítrofes no organismo e de acordo com a composição do remédio, isso pode proteger ou fazer os fios caírem", explica a médica.
A composição citada pela especialista é o que forma as pílulas: o estrógeno e progesterona, este segundo derivado de hormônio masculino. Para proteger os fios o ideal é escolher, junto com o seu ginecologista, um anticoncepcional que tenha efeito antiandrogênico.
No caso do DIU, o de cobre não contém hormônio, mas quando o dispositivo tem a progesterona chamada levonorgestrel, que é o mesmo caso citado anteriormente e, embora de absorção mínima, pode causar a reação de perda capilar para mulheres suscetíveis. O implante segue a mesma lógica.
"Por isso o contraceptivo não deve ser escolhido aleatoriamente. É preciso analisar o histórico da paciente e os efeitos colaterais devem ser observados e acompanhados", explica Marcelino Poli, ginecologista do Hospital São Lucas da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul).
Queda comum
A dermatologista e cirurgiã capilar Leila Boch afirma que, se há interrupção do método contraceptivo, é normal acontecer a queda de três a seis meses após a parada. Entretanto, se for o eflúvio comum, o cabelo voltará a crescer e pode ser que a mulher nem perceba, pois o volume permanecerá.
"Quando não é um eflúvio isolado, elas veem que o rabo de cavalo diminui, transparência no couro cabeludo, e aí precisa tratar porque trata-se da alopecia androgenética", fala Leila, que é autora de "Fio a Fio: Dicas para quem sofre com queda de cabelos e calvície" (DOC Content).
Enquanto dermatologista, Leila acompanha esse tipo de queixa associada às pílulas, DIU Mirena e implante subdérmico e diz que é possível fazer um tratamento que contemple todas as necessidades femininas.
"Especificamente sobre pílulas, existem várias no mercado que protegem os fios. A maioria delas tem um componente chamado ciproterona, que inibe os hormônios sexuais masculinos".
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