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'Micos' em entrevistas de emprego: veja quatro histórias constrangedoras

Getty Images
Imagem: Getty Images

Carolina Prado e Gabriela Guimarães

Colaboração para o UOL

30/10/2017 04h00

É difícil chegar a uma entrevista de emprego totalmente relaxado, mas tem quem atualize as definições de "mico" ao passar por apuros neste momento crucial, em que a primeira impressão conta muito. Nas histórias a seguir, quatro pessoas compartilham os maiores constrangimentos que passaram:

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“Me descontrolei e comecei a soluçar”

“Tinha entrevista marcada em um portal de notícias que eu queria muito trabalhar. Só que no dia anterior ao agendamento, fui assaltada. Roubaram o meu carro e todas as fitas de gravação do meu Trabalho de Conclusão de Curso, um documentário que deveria ser entregue dali a poucos meses. Foi uma tragédia! Passei horas na delegacia e ainda tinha de lidar com todo o grupo do trabalho, que ficou desolado também. Cheguei à entrevista no dia seguinte com a cara inchada, não dava para fingir que eu não tinha chorado a noite anterior toda. Sentei com as duas entrevistadoras e elas logo me perguntaram se algo tinha acontecido. Eu comecei a contar numa boa, mas do nada me descontrolei e comecei a soluçar. Chorei real! Elas tiveram de sair para buscar água e lenço para mim. Só faltaram me abraçar. Nem falamos sobre trabalho, quase. Saí de lá com a certeza que tinha perdido a vaga. Mas não. Fui contratada.” Camila, 35, jornalista

“Meu currículo estava estraçalhado na minha mão”

“Fui ser entrevistada para uma vaga em uma empresa grande. No dia, estava caindo o mundo. O bairro onde era o local estava todo alagado. Para piorar, vi no caminho que estava sem guarda-chuva. Como estava em cima da hora, arrisquei ir assim mesmo, com medo de atrasar. Cheguei na hora em frente ao prédio, mas na portaria errada. Tive que dar uma volta gigantesca para entrar por outro local. Continuava chovendo. Ou seja, eu já estava encharcada. Quando entrei na empresa não havia uma parte sequer do meu corpo seca. Descobri que seria entrevistada por seis executivos ao mesmo tempo. Fiquei ainda mais gelada do que estava. Olhei para baixo e o meu pé estava todo sujo, porque soltou tinta da minha sapatilha na chuva. Eles, então, pediram o meu currículo impresso, que, lógico, estava estraçalhado na minha mão. Na frente deles, comecei a juntar os pedaços de papel para conseguir entregar. A cara deles olhando para mim é inesquecível. Mas, surpreendentemente, consegui a vaga. Um tempo depois, me disseram que fui contratada por ter demonstrado muita vontade de trabalhar lá.” Carla, 22, relações públicas

“Precisava usar expressões como ‘mulher tesuda’”

“Fui a uma entrevista de emprego em uma agência de comunicação, em São Paulo. Tinha visto o trabalho deles on-line e parecia ser algo de rede social, porque eles postavam frases de músicas brasileiras no Facebook. Cheguei lá, fui atendida por uma mulher. Ela começou a dizer que só contratava mulher, para não ter dor de cabeça com funcionário homem... E eu pensando: ‘Por que dor de cabeça?’ Ela me mostrou, então, o que eu faria: resenhas de filmes pornôs para colocar em um site. O teste era fazer isto, inclusive. Comecei a gaguejar, eu realmente não tinha pretensão de trabalhar nessa área. Precisei escolher entre três DVDs para escrever a resenha só com as informações da capa. Tinha de usar expressões como ‘mulher tesuda’ e ‘macho gostoso com piroca grande’. Ela saiu da sala para me dar um tempo e eu, finalmente, pude gargalhar. Quando voltou, eu disse que não tinha interesse na vaga.” Rafaela, 21, estudante

“Molhei o entrevistador inteiro”

“Eu estava em uma dinâmica e tinha de vender um produto que estava na mesa. Escolhi uma garrafa de água. No meio da apresentação, fui pegar a garrafa e não vi que a tampa estava solta. Ao fazer os gestos, para vender a água, o pior aconteceu: a tampa saiu e voou quase todo líquido da garrafa no entrevistador, que estava ao meu lado. Molhou ele inteiro. Ele nem tentou disfarçar a irritação dele com o que eu fiz, percebi na hora que tinha perdido a minha chance. A entrevista seguiu, mas até hoje aguardo um feedback da vaga. Já se passaram dois anos.” Thiago, 30, analista de conteúdo