Marca de cerveja retoma propaganda de 97 para debater preconceito de gênero
Após um estudo encomendado pela marca apontar que o machismo está presente no cotidiano de 99% da população brasileira, a Skol resolveu retomar a partir desta segunda (16) a campanha "Desce quadrado, Desce Redondo", lançada em 1997. Em oito curtas que serão exibidos na TV, a marca mostrará que os preconceitos de gênero, raça, classe, transfóbicos e homofóbicos não estão com nada.
Ao UOL, Maria Fernanda Albuquerque, diretora de marketing da empresa, explicou que a ideia é destacar a evolução da propaganda, que antigamente tratava da disputa da bebida com as concorrentes, e hoje reflete as transformações sociais pelas quais estamos passando. “Queremos mostrar o quadrado repaginado. Do mesmo jeito que a sociedade está evoluindo, a categoria [cerveja] também evoluiu. Somente os homens eram vistos como consumidores da bebida. Hoje não é mais assim. Sabemos que as mulheres são superconsumidoras. Fazia e faz sentido essa mudança”, afirma.
Ainda de acordo com Maria Fernanda, a principal alteração é o engajamento dos consumidores com a proposta levantada pela empresa. “A campanha traz uma leveza de pensamento, atitude, além do humor característico”. Exemplos que serão abordados nos comerciais:
Homem: Que ridículo, ela podia ser mãe dele;
Mulher: Ainda bem que não é a mãe, assim ela pode até dar uns pegas nele.
Já no segundo a questão da roupa estará em pauta:
Mulher: Com essa saia curta, tá querendo...
Homem: Verdade, tá querendo usar saia curta. Se quisesse usar a comprida, usava a comprida, né?
Ainda que o público feminino represente metade das vendas da cerveja, a diretora de marketing explica que a marca teve que lidar com a resistência de consumidores que encararam a nova postura como ‘mimimi’. “Mas o balanço final foi muito mais positivo. Acredito em posicionamento, em consistência”.
“O empoderamento está em pauta, o que não significa que as 200 marcas da Ambev vão tocar no tema. A questão faz parte dos valores de jovens atuais, do que eles estão vivendo. E a Skol, que é conectada com esse público, passa a fazer uso dessa linguagem, compartilha as questões que são importantes para eles. É preciso ser fiel ao que você acredita. Quadrado é qualquer forma de preconceito e o que separa as pessoas”, finaliza a diretora.
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