Feminista e dona de casa: ela conta como concilia esses dois papeis
Carla Cristina, 37 anos, faz faculdade de Serviço Social, é dona de casa e cuida de cinco filhos - a mais velha tem 18 e o caçula, 6. Ela é feminista militante há quatro anos: dirige um projeto de alfabetização de mulheres do município de Santo Amaro da Imperatriz (SC) e participa de reuniões num Coletivo Feminista em Florianópolis. A seguir, ela explica por que ser dona de casa não anula o seu empoderamento.
"Ficar em casa com meus filhos foi uma opção consciente. Quero e preciso ser uma referência para eles. Ao decidir não trabalhar, não acho que me anulei. Apenas escolhi priorizar minha família.
Não romantizo a maternidade e entendo que filhos demandam tempo e dinheiro - mais tempo que dinheiro. Também não julgo as mães que trabalham fora e pagam alguém para cuidar dos filhos.
O feminismo existe para que a mulher tenha poder de escolha. Eu escolhi ser dona de casa, mãe e esposa
"Exerço o feminismo no meu dia a dia"
"Estou fazendo um curso à distância sobre feminismo na FURG (Universidade Federal do Rio Grande). Também atuo como militante do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, de Florianópolis. Mas entendo o movimento mais como ações diárias, como por exemplo, ser solidária às outras mulheres. É o que se chamamos de sororidade.
Ao chegar aqui, percebi que muitas mulheres não sabiam ler ou escrever e eu poderia ensinar. Criei, então, um projeto pessoal de militância feminista. Dou aulas gratuitas de alfabetização, duas vezes por semana. É uma forma de transformar a vida de algumas delas. Alfabetizadas elas se tornam empoderadas."
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