Conhece alguém que vive uma relação abusiva? Veja 7 jeitos de ajudar
Nem sempre vítimas de relações abusivas se dão conta da gravidade do que vem acontecendo. Por isso, o apoio de pessoas queridas é fundamental. E não só para reconhecer o problema, mas para enfrentá-lo de fato. Há muita coisa que você pode fazer, desde de exercer 100% a empatia até acompanhar a pessoa à primeira ida ao psicólogo.
1. Preste atenção aos sinais
Tristeza, apatia, melancolia, abatimento e pouca ou nenhuma disposição de falar sobre a vida pessoal são alguns dos indícios de que a pessoa vem sendo vítima de abusos psicológicos ou físicos.
2. Saiba que ela não escolheu viver daquele jeito
Mas está presa a um padrão abusivo, provavelmente aprendido na infância. Uma criança que se sente amada provavelmente vai buscar um modo saudável de se relacionar na vida adulta. Já aquela que viveu uma relação de abuso corre o risco de buscar, inconscientemente, relações afetivas nas quais continuará sendo abusada. Embora não pareça, existe uma lógica nesse padrão: quando aprendemos a viver de uma determinada forma, o hábito nos dá uma sensação de familiaridade. Assim, qualquer outro tipo de relação que não seja abusiva tende a gerar desconforto ou ansiedade.
3. Tente compreender as dificuldades da pessoa
Elas atingem várias esferas. Em primeiro lugar, emocionais e afetivas: insegurança diante do que virá, receio do desamparo, medo das reações do par, esperança de que ele possa mudar, apreensão com a possibilidade de ficar só, crença de que não conseguirá se restabelecer e seguir. Há também a ignorância sobre questões jurídicas, o que inclui o desgaste relacionado à burocracia e falta de conhecimento sobre o que ocorre entre denúncia e sentença. A relação abusiva também pode ter isolado a vítima dos familiares e amigos. A situação econômica, principalmente quando a pessoa depende financeiramente do abusador, é outro fator.
4. Aborde o assunto com delicadeza
Para conversar com a pessoa, talvez a melhor forma seja ir pelas “bordas”, de forma indireta. Fale que se preocupa, pois tem observado que, pelo jeito, ela está enfrentando situações difíceis. Diga que pode ajudá-la com essas dificuldades e, só então, comente sobre os vários sintomas típicos do abuso (depressão, angústia, isolamento, medo, insegurança, negação do problema, mentiras). Desse modo, cria-se um espaço acolhedor.
5. Não julgue
Nunca culpe a vítima pelo que está acontecendo. Em muitos casos, a pessoa é manipulada pelo abusador. É comum que a negação do problema, por parte de quem é abusado, cause indignação em quem está vendo a situação de fora, provocando, eventualmente, até situações de raiva. Lembre-se de que quem vê a situação de fora não a vive. Evitar responsabilizá-la é o mais indicado, assim como não abrir a boca para dizer frases carregadas de julgamento. Exemplos: "você tem que se separar", "tem que denunciar", "é preciso ter força de vontade", "vocês se merecem", "parece que gosta de ser mulher de malandro", "você consegue coisa melhor" e por aí vai.
6. Ouça com empatia
Para isso, é preciso se despir de preconceitos. O que o senso comum prega é que empatia significa colocar-se no lugar do outro. Porém, uma coisa que muita gente costuma esquecer é que isso significa colocar-se no lugar do outro com os valores do outro, não com os próprios. É entender verdadeiramente o porquê da relação se dar assim, em vez se lançar opiniões como “eu não aguentaria isso” ou “se fosse comigo...”. É claro que com você seria diferente, porque a sua experiência de vida e valores são outros.
7. Ofereça apoio para o que der e vier
Se a pessoa resolveu tomar uma atitude, fique do lado dela em tudo. Informe-se sobre os serviços de apoio às vítimas de violência, se for o caso, e ofereça companhia para ir à delegacia, fazer um exame médico ou acompanhar a primeira consulta com um psicólogo. Comprometa-se, ainda, em dar uma mão na rotina, como auxiliar nos cuidados com os filhos, fazer tarefas domésticas e até propor passeios ou momentos de lazer. Ajudar a organizar um plano de ação também pode ser de grande ajuda.
Fontes: Claudia Behar, gestora nacional de Psicologia da Universidade Estácio de Sá (RJ), Cristiane Moraes Pertusi, terapeuta de casal e de família e doutora em Psicologia do Desenvolvimento Humano pela USP (Universidade de São Paulo) e Marcelo Lábaki Agostinho, psicólogo do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho da USP (Universidade de São Paulo).
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