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Amizade com o ex: Pesquisa explica por que alguns ex-casais mantêm ligação

Dá para ser amiga do ex? - Getty Images
Dá para ser amiga do ex? Imagem: Getty Images

do UOL, em Sâo Paulo

14/08/2017 10h30

Quando um relacionamento acaba, uma das questões mais comuns para muita gente é: vale a pena (ou é possível) manter uma amizade com o ex? De acordo com pesquisadores da Universidade do Kansas, nos EUA, a resposta para esta pergunta pode ser complexa — não só emocionalmente — e depender de fatores ambientais.

A pesquisa foi dividida em duas etapas: na primeira, 288 pessoas responderam um questionário sobre idade, nível de envolvimento, traços de personalidade, se já haviam continuado próximas de um ex (e como isso aconteceu), além de terem que concordar ou discordar com uma série de motivos oferecidos pelos pesquisadores para manter a amizade. Na segunda etapa, 536 pessoas ainda tiveram que responder quem propôs continuar com a amizade e quais foram as razões do fim da relação. 

59% dos participantes da primeira etapa e 65% dos da segunda se mantiveram amigáveis com seus ex depois do término e os cientistas encontraram quatro principais causas — muito comuns, aliás — para o laço entre estes ex-casais se manter: segurança, praticidade, civilidade e sentimentos amorosos não-resolvidos. Essas razões têm a ver não só com a experiência afetiva da relação, como com o background emocional e social de cada um dos dois. Casais LGBTQ, por exemplo, frequentemente citam segurança como uma boa razão para ter o ex por perto, já que, por pertencerem a uma comunidade pequena, podem acabar encontrando um ao outro em novas situações. 

Em relacionamentos em que um ex dependeu do outro financeiramente, facilidade para resolver questões práticas foi a principal resposta dada como motivo para cultivar uma amizade após o fim. Quem optou pela civilidade frequentemente demonstrou necessidade de ser educado ou dificuldades para lidar com confrontos. Já quem expressou sentimentos não-resolvidos pelo ex pode estar com dificuldades de encontrar um parceiro sexual tão compatível quanto o anterior, medo de ficar só ou se sentir desprotegido e, claro, ainda ter desejos românticos pela pessoa.

O maior problema deste cenário? Por trás desta resposta, é possível encontrar transtornos de ansiedade relacionados a apego, como medo de rejeição ou abandono, que levam à depressão e ao ciúme descontrolado. 

De acordo com o pesquisador Omri Gilliath, professor de psicologia da universidade, entender qual é o perfil de apego de cada um pode ajudar profissionais de saúde a fazerem o caminho inverso e definirem quem (e porque) mantém uma relação, saudável ou não, com quem já amou um dia. "Assim, é possível preparar cada um para o futuro", escreve.