Mãe dá kit de cozinha para o filho e defende: "Brinquedo não tem gênero"
Jenifer Stelen, 20 anos, de Ribeirão do Pinhal, no Paraná, deu um kit de cozinha para o filho de 3 anos -- que ficou “todo feliz” com o presente --, mas a jovem teve que lidar com os julgamentos de sua mãe, que classificou o brinquedo com a seguinte frase: “Isso é coisa de menina”.
Ao UOL, ela contou que o menino brinca com todo tipo de brinquedo e tem o apoio do pai do garoto. "Desde bolas e carrinhos até bonecas. O pai é muito presente na vida dele, mesmo nós dois não tendo mais um relacionamento e também apoia a ideia de que não existe brinquedo de menino e outro de menina".
Em sua página no Facebook, Jenifer defendeu a ideia de que brinquedo não tem gênero e também criticou a hipocrisia da sociedade, já que foi julgada por ter engravidado na adolescência mesmo tendo sido incentivada para exercitar seu lado materno desde criança. A postagem já teve mais de 85 mil compartilhamentos e cerca de 17 mil comentários na rede social.
“O que eu acho mais estranho disso tudo é que passei a infância e adolescência toda sendo induzida a ser mãe e esposa, mas quando engravidei aos 17 anos, as mesmas pessoas que haviam me dado bonecas na infância, me olhavam com cara de pena e algumas até diziam: ‘coitada de você, acabou com sua vida’. Mães e pais, pelo amor de Deus, não inferiorizem suas filhas, diga que elas podem ser o que quiserem - jogadoras de futebol, engenheiras, médicas, motoristas e que só precisam ser mães se quiserem. Ensinem também que quem cuida de filho é quem fez e não apenas quem pariu, quem cozinha é quem quer comer e quem lava a louça e limpa a casa é quem sujou. Brinquedo não tem gênero, cor não tem gênero e profissão não tem gênero”, defendeu a paranaense.
Jenifer ainda relembrou a frustração infância quando era presenteada apenas com bonecas, maquiagem e utensílios domésticos, enquanto o primo recebia brinquedos mais lúdicos.
“Tenho um primo bem próximo que tem a mesma idade que eu e como nascemos com apenas três dias de diferença, nossas mães sempre faziam uma festa de aniversário conjunta para nós dois. Me lembro de sempre achar os presentes dele mais legais que os meus, pois ele ganhava vários carros, caminhões, motos, bolas, enquanto eu ganhava bonecas, panelinhas e maquiagens. Ou seja, eu deveria saber cuidar de um filho, cozinhar e estar sempre arrumada e maquiada. Já meu primo poderia dar um ‘rolezão’ de carro, ser jogador de futebol ou o que ele quisesse, mas brincar com minhas bonecas ele não podia, pois ‘isso é coisa de menina’”, relembra.
Algumas mãe perguntaram onde Jenifer havia comprado o kit, e outras aproveitaram para contar que seus filhos também gostam de fingir que estão cozinhando durante as brincadeiras. "A maioria me apoiou, muitas mães estão me mandando mensagem, me parabenizando. Não esperava a repercussão. Mas espero que as pessoas se conscientizem, para que possamos viver em um mundo melhor", concluiu a jovem, que é estudante de letras.
Mães e pais, pelo amor de Deus, não inferiorizem suas filhas, diga que elas podem ser o que quiserem - jogadoras de futebol, engenheiras, médicas, motoristas e que só precisam ser mães se quiserem.
Recentemente, Mariana Ferrão, apresentadora do "Bem Estar" também presenteou os filhos Miguel, 3, e João, 1, com uma boneca e um jogo de panelinhas. Os dois amaram os presentes. "Não estranhem se nos próximos aniversários eu distribuir bonecas para os meninos", escreveu a jornalista.
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