Após a final do “Dancing Brasil” (Record), Xuxa deu a entender que a vencedora do reality show, Maytê Piragibe, tinha algo a mais com seu par na competição, o bailarino Paulo Victor. Maytê negou o envolvimento com o rapaz e se disse constrangida com a situação. Ao expor um aspecto íntimo da vida da atriz sem pensar em como ela se sentiria, Xuxa deu uma escorregada bastante comum de acontecer.

O psicólogo Yuri Busin, mestre pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, afirma que situações como essa mostram o quanto faz falta se colocar no lugar do outro –o atualmente famoso ter empatia—, antes de sair por aí divulgando informações sobre a vida alheia, ou seja, fofocando.

“Como você se sentiria na situação? Tem muita gente que gosta de sair por aí falando sobre a vida do outro, mas não leva numa boa quando os papéis se invertem”, afirma Busin.

 

Antes de embarcar em uma situação como essa, também é preciso avaliar o tipo de relacionamento que você tem com a outra pessoa, o que pode dar pistas sobre como o comentário pode ser recebido.

Ainda que o alvo da indiscrição pareça ser o único prejudicado da história, ceder ao impulso de fazer fofoca também tem implicações.

“Quando a pessoa passa a colher repercussões negativas com frequência é hora de reavaliar se não está excedendo limites”, diz Yuri Busin.

Para a psicanalista Gabriela Malzyner, a curiosidade sobre a vida do outro é intrínseca ao ser humano, mas há maneiras e maneiras de demonstrá-la. “Pode-se perguntar sobre o que se quer saber, mas não colocar na boca do outro”, fala a especialista.

Se querer saber é natural, não querer falar também é. “Perguntas indiscretas e comentários inoportunos são boas oportunidades para a gente se posicionar, colocando limites”, afirma a especialista. Foi o que Maytê fez, ainda que nas redes sociais tenha sido chamada de "grossa" e "arrogante" diante da "brincadeira" de Xuxa.