Topo

Absorvidas pela mãe, células do bebê protegem mulher de doenças futuras

Células fetais protegem saúde da mãe - Thinkstock
Células fetais protegem saúde da mãe Imagem: Thinkstock

Do UOL, em São Pualo

26/10/2015 15h53

 

Segundo estudo da Universidade de Washington, em Seattle, nos Estados Unidos, células do feto que permanecem no corpo da mãe após o parto podem ajudar a prevenir algumas doenças na mulher, entre as quais, câncer de mama e artrite reumatoide. As informações são do site da NPR, rede de rádio pública dos Estados Unidos.

Uma das hipóteses, no caso do câncer, é que o material aja como sentinela, detectando células cancerígenas e destruindo-as. Em relação às doenças autoimunes, os genes do bebê vão determinar se as células serão “amigas” ou “inimigas” da saúde materna. Em alguns casos, elas podem funcionar como gatilhos para o desenvolvimento das enfermidades e, em outros, evitá-las.

A descoberta de que as células do bebê podem se esconder no corpo da mãe após o parto foi feita no século 19 pelo cientista alemão Georg Schmorl. Somente agora os pesquisadores começam a compreender o que elas fazem no organismo materno.

“Existe uma grande quantidade de material fetal na circulação sanguínea da mãe”, disse a pesquisadora J. Lee Nelson à reportagem da rádio. A cientista vem estudando o assunto há mais de 20 anos e concluiu que o material contém DNA do feto, pequenos pedaços da placenta e células fetais. Essas podem se transformar em células de fígado, coração ou mesmo neurônios.

Os primeiros estudos das células fetais existentes nas mães chegaram a resultados nada animadores, ligando-as à pré-eclâmpsia, doença caracterizada pela elevação da pressão arterial das grávidas. Mas, com o passar do tempo, percebeu-se que elas também poderiam trazer benefícios.

Segundo, Amy Boddy, pós-doutoranda na Universidade Estadual de Arizona, não é apenas a gestante que ganha uma “dose extra” de células. Trata-se de um processo bidirecional, ou seja, as células da mãe também entram no corpo do bebê. Isso significa que temos células de nossas mães, e, provavelmente, de nossos irmãos mais velhos, avós e bisavós também.