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Escritora que não se identifica com nenhum gênero remove os seios e o útero

Lore Graham não se sente mais "presa em um corpo estranho"  - Reprodução/Facebook
Lore Graham não se sente mais "presa em um corpo estranho" Imagem: Reprodução/Facebook

Do UOL, em São Paulo

09/09/2015 13h12

 

Lore Graham, uma escritora de Boston, nos Estados Unidos, resolveu passar por duas cirurgias para retirar os seios e o útero para não ser identificada por nenhum gênero específico. A informação é do periódico britânico “Daily Mail”.

Lore se descreve como uma pessoa de sexualidade não-binária, ou seja, cuja identidade de gênero não é nem homem nem mulher.

Ainda que a escritora tenha nascido biologicamente com corpo feminino, ela sentia que carregava um fardo por ter seios, ovários e um útero e decidiu fazer a cirurgia para remover os órgãos.

“Atualmente, amo meu próprio corpo, sinto que o customizei para harmonizar melhor com meu cérebro e está funcionando tudo perfeitamente”, escreveu Lore para o site xoJane.

Antes, Lore vivia como cisgênero, pessoa cuja identidade de gênero se identifica com o sexo biológico, mas nunca se sentiu confortável. Ao mesmo tempo, também não se identificava como transgênero, portanto, não considerou uma cirurgia de mudança de sexo.

“Era estranho ter seios, detestava meu corpo por poder ser mãe. Comecei a tomar testosterona há três anos e isso melhorou minha saúde mental e minha imagem corporal, mas não alterou o problema de ter seios e útero”, afirmou ao “Daily Mail”.

Lore passou pelas duas cirurgias de remoção com um intervalo de apenas um mês entre elas. Ainda que o período de recuperação não tenha sido fácil, Lore não se arrepende. “Agora, coloco uma camiseta e pronto. Não me preocupo com sutiã ou algo para comprimir meus seios, tampouco com dores nas costas, é uma delícia”, contou ao periódico.

Antes, Lore se descrevia como uma pessoa muito ansiosa e, agora, sente-se aliviada por não se preocupar mais com menstruação e gravidez indesejada. Além de sorrir ao ver as cicatrizes da cirurgia, não se sente mais “presa em um corpo estranho” e não liga para o que a sociedade espera.