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Ser rejeitada por André ajudou Fernanda a ser favorita do "BBB"

Fernanda, que aparece como a favorita para ganhar o "BBB" na enquete do UOL - João Cotta/TV Globo
Fernanda, que aparece como a favorita para ganhar o "BBB" na enquete do UOL Imagem: João Cotta/TV Globo

Heloísa Noronha

Do UOL, em São Paulo

23/03/2013 08h00

Se as previsões –embasadas pela enquete do UOL– se confirmarem, Fernanda Keulla Vilaça, 26 anos, será a vencedora do "BBB13". Embora não tenha despontado logo de cara como uma das favoritas ao prêmio, ao longo do programa a advogada mineira foi angariando cada vez mais e mais fãs, que acompanharam atentamente os altos e baixos de seu romance com André, 24.

A trajetória de Fernanda lembra a de Maria Melilo, a campeã do BBB11: ambas viveram relacionamentos conturbados e foram rejeitadas durante boa parte do programa pelos amados. Mas, apesar de meterem os pés pelas mãos em algumas circunstâncias –beber demais e dar vexame, tentar provocar ciúmes e exigir excessivamente atenção dos amados, por exemplo– as duas conquistaram o público justamente pela coragem de expor os sentimentos e ir à luta por aquilo que querem.

Para a psiquiatra Helena Masseo de Castro, o sucesso de Fernanda se deve principalmente ao fato de que a BBB passa a imagem de ser uma pessoa que se dispõe intensamente a realizar seus desejos e não tem vergonha disso. "Ela se assume como é, se leva a sério e se permite fazer o que tem vontade, sem medo do ridículo ou do julgamento alheio. Corre riscos e arca com as consequências de suas escolhas. Tudo isso é admirável e encorajador”, diz Helena.

Mulheres se identificam com Fernanda


Ainda segundo a psiquiatra, a personalidade batalhadora de Fernanda a torna muito bem vista e querida entre outras mulheres. "Ela deveria despertar inveja, mas causa admiração. As outras não a encaram como uma rival, mas como uma amiga", diz Helena.

Até mesmo o lado mais meloso e inseguro de Fernanda ajuda a torná-la mais próxima de quem assiste, para os especialistas. "O público feminino não só se identifica com os dilemas da participante, como projeta nela seus ideais de vida amorosa, financeira e de aceitação, por meio de soluções rápidas e relativamente simples", declara a psicóloga cognitivo-comportamental Mara Lúcia Madureira, que fala ainda que reality show é um tipo de entretenimento que proporciona ao espectador a condição de relativo participante. 
 

O formato do programa e a possibilidade de interferir no desfecho da história fomentam a esperança de oportunidades similares de transição para uma vida mais satisfatória. No caso de Fernanda, a exemplo da ex-BBB Maria, a admiração que ela provoca em outras mulheres não se deve apenas ao fato de manifestar ciúme, insegurança, raiva, paixão e desejo sexual, pois isso é comum a todos, mas à admissão pública desses sentimentos. "Ao assumir-se ora frágil, ora intensa, ora batalhadora, representa o papel de todas as mulheres anônimas", conta Mara Lúcia.
 

Princesa moderna

 
Para quem acompanha o programa, a batalha de Fernanda pelo coração de André pode ter soado como um conto de fadas moderno –reforçado pelos apelidos dos dois no programa, “príncipe” e “princesa”. A mediadora de conflitos Suely Buriasco diz que Fernanda parece realmente acreditar em contos de fadas e que essa crença causa a simpatia em quem gostaria de vivê-los também.

"Por mais que as mulheres tenham quebrado paradigmas e provocado mudanças radicais na sociedade, ainda são muito comuns os ímpetos românticos e arrebatadores. A idealização do príncipe e a maneira ingênua e autêntica com que Fernanda lida com isso são atraentes”, explica Suely.
 
Para Mara Lúcia Madureira, a moça confinada, bela, altruísta, autêntica, maltratada, injustiçada e ansiosa por um amor gera identificação e vontade, naquelas que assistem, de lutar pelo desfecho almejado para si próprias, por um grande amor, reconhecimento social e um prêmio milionário.