Tudo está dando errado em vida? O que está por trás do 'olho gordo'

Medo de comentar com alguém uma conquista ou algo que está muito próximo a acontecer e tudo desandar. Quem nunca temeu um "olho gordo" na vida que atire a primeira pedra.

O "olho gordo" é uma forma —pejorativa, inclusive— de nomear sentimentos de inveja, raiva e energia negativa. Contra ele, as pessoas apela a rezas, amuletos e simpatias.

No Brasil, o "olho gordo" está no inconsciente coletivo e ganhou força com a herança das culturas indígenas e africanas.

"Acreditar que o olhar de certas pessoas tem um poder mágico vem de um fundo religioso muito antigo e enraizado nas culturas afro-americanas e europeias, especialmente latinas e camponesas, que o cristianismo institucional nunca conseguiu abafar completamente", afirma o professor em Ciências Religião, Etienne Higuet.

Por trás disso, acredita o estudioso, está o desejo humano de controlar o destino. Quando as coisas não saem como previsto ou quando a gente se boicota, é mais fácil atribuir o fracasso a pessoas mal intencionadas ou detentoras de forças que não conseguimos controlar.

"Pode ser um meio de não assumir a responsabilidade por certos fracassos ou acontecimentos, atribuindo o ocorrido a outras pessoas ou a forças irracionais incontroláveis", diz.

Como se livrar da inveja

O psicanalista Leonard F. Verea explica que as energias negativas só atingem quem crê na sua força e no seu poder.

"Essas pessoas, em geral, não têm boa autoestima e nem valorizam o suficiente as próprias qualidades. A insegurança às torna suscetíveis às opiniões alheias", diz.

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Então, uma forma de se preservar do "olho gordo" é se transformar no próprio amuleto, fortalecendo o pensamento positivo e a autoimagem.

'Eu não mereço tanto'

Para a psicóloga e especialista em terapia junguiana, Marta Rita Leopoldo, nossa mente é extremamente complexa e por isso nos boicota.

"Às vezes, por questões inconscientes, achamos que não merecemos determinadas coisas, que vão de bens materiais a relacionamentos amorosos. E com isso, abrimos espaço na vida para que as coisas deem errado", acredita.

O medo é um fator que atrai as "más vibrações": quando consideramos o autoboicote um sinal de 'olho gordo', ficamos mais aliviados, explica a terapeuta.

Física quântica?

Para a neurocientista e psicoterapeuta Claudia Riecken, a ciência não consegue explicar todos os fenômenos —em especial aqueles que supostamente acontecem na mente humana— e deixa uma importante margem para as crenças.

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Ele defende que o "olho gordo" não só existe como pode ser visto em laboratório.

"Para a física quântica, a matéria não é o mais importante. O que importa são os movimentos das energias, questões que vão além daquilo que ocorre no cérebro", afirma a cientista e psicoterapeuta Claudia Riecken.

A intenção gera uma frequência de ondas que altera o campo magnético das pessoas, daquelas que emanam e de quem recebe, defende. "E isso é percebido em exames feitos por neurocientistas, através de mudanças nos fótons [partículas de luz] detectadas no cérebro."

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