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Não tome Gisele Bündchen como modelo ao se envolver na carreira do parceiro

Gisele Bündchen consola o marido Tom Brady após a derrota na final do Super Bowl 2012 - Rob Carr/Getty Images
Gisele Bündchen consola o marido Tom Brady após a derrota na final do Super Bowl 2012 Imagem: Rob Carr/Getty Images

Heloísa Noronha

Do UOL, em São Paulo

14/02/2012 07h10

Muitas mulheres se empenham tanto em apoiar seus amados que acabam atrapalhando a vida profissional deles. Recentemente, Gisele Bündchen protagonizou uma cena que não serve de exemplo. Na final do campeonato Super Bowl, ao comentar a derrota do New England Patriots, time de futebol americano em que seu marido Tom Brady joga, a top irritou a equipe do atleta e levou a fama de intrometida. Chateada com o placar final, a modelo reclamou que Tom “não poderia lançar e pegar a bola ao mesmo tempo”, dando a entender que ele não contara com a ajuda dos colegas e, por isso, não saiu vitorioso.

Quando se trata de uma modelo como Gisele, é claro que tudo vira notícia e ganha proporções maiores. No entanto, o comportamento não é exclusividade dela. Segundo Izabel Failde, psicóloga e consultora organizacional, muitas vezes, a mulher interfere por não conseguir ter uma visão imparcial da vida profissional do marido.

“Vamos supor que ela reclame da sobrecarga de tarefas do parceiro, que vem chegando tarde todas as noites em casa, e exija uma mudança de atitude. Só que o expediente abusivo pode ter inúmeros motivos. Inclusive, ser apenas responsabilidade dele ou de toda uma equipe”, diz. “Culpar somente os demais é sinal de imaturidade.”

Controladoras
Para a terapeuta comportamental e neurolinguista Branca Barão, mulheres muito ciumentas e possessivas também podem representar um entrave na carreira de maridos que costumam viajar a trabalho ou que fiquem muitas horas na empresa. “Quem é muito dominadora tem uma tendência a não aceitar que o sucesso do marido não dependa dela”, explica. Como é impossível se intrometer totalmente no trabalho em si, elas passam a boicotar as situações sociais que costumam envolver o emprego, impedindo o sujeito de participar de festas de aniversário, "happy hours" e outros tipos de comemorações.

Em geral, essas mulheres apresentam baixa autoestima e sentem-se desvalorizadas perante as amizades do escritório –principalmente, as do sexo feminino. "Como forma de retaliação, começam a armar brigas em casa por motivos banais, comprometendo a vida conjugal”, explica Branca.

A superproteção feminina também pode ser nociva para a relação. “Não há nada pior do que, em um evento social ligado ao trabalho, a mulher que aproveita a oportunidade para sondar o que acontece na rotina profissional do parceiro ou que dá indiretas sobre aumento de salário e promoção”, afirma Izabel Failde. Além de a mulher ganhar fama de chata e inconveniente, não é raro que o homem seja tachado de submisso, frágil e medroso.

O que fazer?
Tom Brady preferiu manter distância da polêmica, não dando razão à mulher nem alimentando o assunto. Apenas comentou a derrota para os Giants de forma elegante: "Eles jogaram muito mais do que nós". Assim, conquistou a solidariedade dos torcedores de seu time e de seus colegas de trabalho.

O parceiro que tem uma mulher intrometida ou superprotetora pode optar por essa postura. No entanto, se a mulher for do tipo carente, existem outras maneiras de transformar a intromissão em algo positivo. Às vezes, tudo o que essas parceiras precisam é se sentirem incluídas nos planos e projetos do marido. Assim, elas não acharão que estão sendo trocadas pelo trabalho. Segundo Branca, se a mulher perceber que é importante na vida do parceiro, o problema tende a desaparecer.

“O homem pode, claramente, pedir a ajuda dela dizendo: ‘olha, preciso que me compreenda, que colabore comigo, para que eu possa me dedicar a esse momento tão importante para nós’. E a palavra nós é essencial nessa conversa”, exemplifica Branca.