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Maioria dos jovens usa internet para conhecer pessoas, mostra estudo

Entre os entrevistados, 99% têm computador em casa - metade no próprio quarto - Getty Images
Entre os entrevistados, 99% têm computador em casa - metade no próprio quarto Imagem: Getty Images

Da Redação

29/10/2010 07h00

Uma pesquisa com mais de 10 mil alunos de 13 a 17 anos revela que 60% dos participantes usaram a web para conhecer pessoas. Desse total, 27% dos jovens usaram as redes sociais; 38% fizeram amigos que acabaram conhecendo na vida real; e 25% já “ficaram” com pessoas que conheceram por meio da internet.

O levantamento faz parte da sexta edição do projeto “Este jovem brasileiro”, desenvolvido pelo Portal Educacional, com a coordenação do psiquiatra Jairo Bouer, colunista do UOL. Jovens de 75 escolas de rede particular de ensino de todo o país responderam anonimamente a um questionário on-line sobre hábitos de uso na internet.  

Dependência

Outro resultado mostra que mais de 20% dos participantes acham que o seu uso da internet está acima do normal ou se consideram dependentes. E ainda, 17% deles entram em conflito com os pais devido ao uso exagerado. Um termômetro dessa situação é o crescimento do acesso ao computador. Entre os participantes da pesquisa, 99% têm computador na residência - metade no próprio quarto - e 55% usam computador todos os dias, sendo que 40% acessam a internet de duas a quatro horas por dia durante a semana, mas 15% ficam conectados por mais de 8 horas. Nos finais de semana, o número de horas de conexão é maior, e as redes sociais (MSN, Facebook, Orkut) são as mais acessadas. Isso pode ser um sinal de que muitos jovens estão trocando a convivência com os amigos pelo computador.

Segundo Bouer, o objetivo da pesquisa não é impor limites e regras para controlar uso da internet pelos jovens, mas sim mostrar que os riscos são reais. Com isso, os próprios jovens podem aprender a criar seus filtros e a lidar com essas situações difíceis de forma responsável.

Violência

Uma das situações de risco diz respeito à violência. Entre os entrevistados, 69% afirmaram que o anonimato da internet pode estimular as ofensas, e 29% já fizeram algum comentário ou tiveram alguma atitude ofensiva com amigos ou desconhecidos na rede. O levantamento mostra ainda que 31% dos entrevistados foram vítimas de alguma forma de violência, 11% de preconceito e 15% já se sentiram mal com alguma agressão sofrida.

Mais da metade dos entrevistados reconhecem que o anonimato na internet estimula as ofensas e 34% declaram que já se beneficiaram desse anonimato para “espiar” a vida alheia.

Mas será que os jovens têm noção do impacto que essa exposição tem em sua vida no futuro? As respostas dos entrevistados mostram que 36% têm o hábito de postar comentários na internet e 71% costumam postar fotos. Mas 35% não usam filtros para impedir que desconhecidos tenham acesso às suas informações e quase 7% abrem a webcam para pessoas que quem não conhece.

Muitos, inclusive, já enfrentaram problemas por causa de conteúdos publicados na rede de computadores: 17% no namoro, 11% na escola e 19% com os amigos. Dos entrevistados, 10% afirmaram ainda que tiveram problemas devido a imagens ou posts publicados por outras pessoas.